NASA captura imagem de objeto misterioso no Cinturão de Kuiper a 5,3 bilhões de Km do Sol

de Bruno Rizzato 0

A sonda New Horizon, da NASA – que recentemente fez o voo histórico próximo à Plutão -, capturou imagens jamais vistas de um objeto do Cinturão de Kuiper, trata-se de um objeto misterioso a 5,3 bilhões de quilômetros do Sol. Os cientistas dizem que o objeto, chamado de 1994 JR1, está a 150 quilômetros de sua suposta origem.

Segundo a NASA, o vídeo demonstra a possibilidade de observar inúmeros desses organismos nos próximos anos, caso uma missão até o Cinturão de Kuiper seja aprovada. Quando essas imagens foram feitas, a sonda estava a 280 milhões de quilômetros de distância. Isso define o registro mais próximo da história de um pequeno corpo no Cinturão de Kuiper, localizado na “terceira zona” do Sistema Solar, situada além dos planetas rochosos, gelados e gigantes de gás, chamados de exoplanetas. 

Os cientistas da missão planejam usar imagens como essas para estudar objetos muito mais antigos do Cinturão de Kuiper, forçando a nova missão da New Horizons. A espaçonave está em curso para um voo rasante a outro objeto do Cinturão de Kuiper, chamado de 2014 MU69, em 01 de janeiro de 2019, orbitando a quase 1,6 bilhões de quilômetros de Plutão. Ele pode ser 10 vezes maior e 1.000 vezes mais maciço do que os cometas médios, incluindo o que está orbitando agora pela sonda Rosetta. Porém, o MU69 possui apenas 1% do tamanho de Plutão e, talvez, um décimo de milésimo da massa do planeta anão. Assim, o novo alvo é um bom meio-termo, de acordo com cientistas.

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A imagem selecionada, lançada no início deste mês, fornece novos detalhes fascinantes para ajudar a equipe a mapear o chamado “Krun Macula”, que é a mancha escura proeminente na parte inferior da imagem. A coloração pode ser alcançada graças a uma técnica chamada de “análise de componentes principais”. Foi assim que eles destacaram as diferenças sutis nas regiões distintas de Plutão.

Os pesquisadores também revelaram que o polo sul de Plutão pode conter vulcões de gelo gigantes, de acordo com as novas imagens 3D da sonda New Horizons. “Nós ainda não podemos anunciar a presença de construções vulcânicas em Plutão, mas estamos desconfiados”, disse Jeff Moore, um cientista planetário da NASA. Caso Plutão tenha, de fato, criovulcões (vulcões gelados), isso pode ser uma indicação de que há gelo volátil em sua superfície. Este gelo pode ser expulso por uma fonte de calor interno, proveniente do nascimento do planeta, há 4,5 bilhões de anos. Isso poderia fornecer uma nova e importante pista para a sua evolução geológica e atmosférica.

Um estudo de crateras utilizando as imagens 3D também mostraram como a superfície de Plutão pode ter mudado ao longo do tempo, podendo distinguir a “idade” do planeta. Para encontrar a idade de uma área de superfície do planeta, cientistas utilizam o impacto e a abundância de crateras. Quanto mais impactos de crateras houver, mais antiga deve ser a região. Assim, eles viram uma vasta área que pode ter se formado nos últimos 10 milhões de anos.

Esta área, informalmente chamada de Sputnik Planum, aparece do lado esquerdo do “coração” de Plutão e é completamente livre de crateras em todas as imagens recebidas, até o momento.

Porém, também notaram terrenos intermediários, ou de “meia-idade”, em Plutão. Isso indica que Sputnik Planum não é uma anomalia, e que Plutão tem sido geologicamente ativo durante a maior parte de sua história de mais de 4 bilhões de anos. “Nós mapeamos mais de mil crateras em Plutão, que variam muito em tamanho e aparência. Entre outras coisas, espero que esses estudos de crateras tragam importantes dados sobre a formação desta parte do Sistema Solar”, disse o pós-doutorando Kelsi Singer, do Southwest Research Institute (SwRI), no Colorado, EUA.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / NASA

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