Na Venezuela, crise econômica afeta sistema de saúde, colocando em risco a vida de diversos pacientes

de Merelyn Cerqueira 0

À beira da falência econômica e social, a crise na Venezuela se agrava quase que diariamente.

Apesar de possuir a maior reserva de petróleo mundial, o país está à beira de um colapso. Atualmente, a população precisa enfrentar falta de eletricidade e mantimentos, hiperinflação e uma caótica situação nos hospitais locais. Conforme publicado pelo Mail Online, cerca de sete bebês morrem por dia nesses hospitais, e a falta de leitos faz com que os pacientes estejam espalhados pelo chão.

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Segundo o presidente Nicolas Maduro, o país possui o melhor sistema de saúde do mundo, ficando atrás apenas de Cuba. Contudo, as taxas de mortalidade aumentam cada vez mais devido à situação precária dos hospitais. Além disso, após o preço do petróleo despencar – principal reserva monetária do país – a Venezuela agora enfrenta uma grave crise econômica.

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Uma série de imagens registradas pela fotógrafa Meridith Kohut, do New York Times, oferece um vislumbre da atual situação dos centros médicos do país. Faltam antibióticos, alimentos, suprimentos, ferramentas para realização de cirurgias e até mesmo sabão. As imagens tiradas no Hospital Luis Razetti, Puerto la Cruz, mostram pacientes adultos em camas quebradas ou encolhidos no chão. As crianças ficam entre caixas de papelão sujas nos corredores, sem comida, água ou medicamentos.

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Sem eletricidade, os médicos precisam improvisar. Dois homens que precisavam de uma cirurgia nas pernas tiveram seus membros elevados por suportes feitos com garrafas de água. Entre os pacientes, um que está sem a metade do crânio – devido a um ferimento grave na cabeça – ainda espera um tratamento de pós-cirurgia, realizada no ano passado. Além disso, no final de 2015, segundo o Daily Mail relatou, gambás invadiram o Hospital, matando 17 recém-nascidos.

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Em apenas um dia, os repórteres do Times conseguiram testemunhar a morte de sete bebês. Isso aconteceu devido à falta de tanques de oxigênio, o que obrigou os médicos a tentarem bombear ar para os pulmões das crianças apenas com as mãos. Ainda, um paciente contou que teve o apêndice removido sem ferramentas apropriadas ou saneamento. Outro morreu porque o banco de sangue estava fechado devido a um feriado, pedido aleatoriamente pelo governo com a finalidade de economizar eletricidade.

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Contudo, o presidente Nicolas Maduro, sucessor de Hugo Chávez, se recusa a buscar apoio internacional ou monetário para melhorar as condições do sistema de saúde do País. Segundo ele, isso seria efetivamente um meio de “privatizar” a saúde e tal movimento teria impactos devastadores sobre a Venezuela. “Duvido que, em qualquer lugar do mundo, exceto Cuba, exista um sistema de saúde melhor do que este”, disse.

Desde que o colapso econômico e social começou a tomar conta do país, Maduro, em seus discursos, busca exaltar os pontos fortes da Venezuela e criticar outros países. Assim como Chávez, ele acusa os EUA de espionagem e intervenção ilegal. Nesta semana, ele afirmou que um avião militar norte-americano com habilidades técnicas letais sobrevoou o espaço aéreo venezuelano ilegalmente duas vezes em sete dias. “Nossa aviação militar detectou a entrada ilegal do Boeing 707 E-3 Sentry, que é um sistema de centro Airborne Early, que tem todos os mecanismos de espionagem“, disse ele em uma coletiva de imprensa.  

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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