Mistério sobre a morte de Alexandre, o Grande, pode ter sido finalmente resolvido

de Merelyn Cerqueira 0

Um novo estudo parece ter solucionado o mistério por trás da morte de Alexandre, o Grande, alegando que ele teria morrido em razão de um distúrbio neurológico raro, conhecido como Síndrome de Guillain-Barré.

Antes de sua morte, o imperador teria ficado paralisado por seis dias, período em que seu corpo fora preparado para o enterro.

Teorias anteriores concluíram que Alexandre, o Grande, teria morrido de infecção, alcoolismo ou assassinado.

O fato de o seu corpo não ter mostrado sinais de decomposição desconcertou por anos historiadores e arqueólogos.

Em um artigo publicado no The Ancient History Bulletin, a Dra. Katherine Hall, professora sênior da Dunedin School of Medicine e praticante clínica, afirmou que as teorias anteriores sobre sua morte em 323 a.C., não foram satisfatórias, já que não explicam todo o evento.

“Eu queria estimular novos debates e discussões e possivelmente reescrever os livros de história, argumentando que a morte real de Alexander ocorreu seis dias depois do que foi aceito anteriormente”, disse ela.

A morte de Alexandre pode ser o caso mais famoso de pseudo thanatos (falso diagnóstico de morte) já registrado.

Após ter contraído uma infecção pela bactéria Campylobacter pylori (muito comum à época), teria enfrentado sintomas de febre, dor abdominal, paralisia progressiva, simétrica e ascendente, permanecendo de mente sã e sadia até pouco antes de sua morte.

A História guarda apenas cinco relatos sobre suas possíveis causas de morte, dois quais um fala que ele morreu deixando seu reino “para o mais forte” ou “mais digno” de seus generais, enquanto outro sugere que ele morreu em coma, sem fazer planos para a sucessão. 

A pesquisadora acredita que Alexandre contraiu uma variante de neuropatia axonal motora aguda, conhecida como Síndrome de Guillain-Barré que produziu paralisia, mas sem confusão ou inconsciência.

Texto antigo desenterrado por especialistas britânicos e estudado por Alexander David Grant, por mais de 10 anos, mostra como foi a morte do rei da Macedônia em um registro histórico que ficou perdido por séculos, sendo este considerado o testamento de Alexandre, o Grande. O texto teria sido enterrado pelos generais que não queriam que descobrissem a verdade sobre sua morte.

Sua morte foi difícil de ser diagnosticada devido às condições médicas dos tempos antigos, que dependiam da presença de respiração, ao invés da verificação de pulso. Tais dificuldades, juntamente com a paralisia do corpo e a redução das demandas de oxigênio, reduziriam a visibilidade de sua respiração.

Uma possível falha da regulação da temperatura do corpo, e o fato de suas pupilas permanecerem fixas e dilatadas, também aponta para a preservação do corpo que não ocorreu por causa de um milagre, mas porque ele ainda não estava morto.

“A elegância do diagnóstico da Síndrome de Guillain-Barré é que a causa de sua morte explica diversos eventos históricos que ocorreram com Alexandre, o Grande, tornando todo o contexto muito coerente”, concluiu a pesquisadora.

O que é a Síndrome de Guillain-Barré?

De acordo com o National Institute of Neurological Disorders and Stroke, a Síndrome de Guillain-Barré ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca o sistema nervoso central. A doença afeta cerca de 1 a cada 100.000 mil pessoas no Reino Unido e EUA. Estima-se que este número seja parcialmente o mesmo nos outros países, inclusive no Brasil.

Os sintomas geralmente se iniciam com uma sensação de formigamento na perna, que pode se espalhar para os braços e parte superior do corpo. Em casos mais graves, a vítima pode ficar paralisada – e com dificuldade respiratória.

A condição pode ser fatal se afetar gravemente o processo respiratório, a pressão arterial ou a frequência cardíaca.

A causa da Síndrome de Guillain-Barré ainda é completamente desconhecida pela ciência, mas geralmente ocorre após uma infecção viral – o que supõe ter alguma ligação imunológica desencadeada.

Por não existir uma cura medicamentosa efetiva, o tratamento se concentra na restauração do sistema nervoso.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail / The Sun

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