Mãe trata filha deficiente com óleo de maconha e defende legalização da erva

de Bruno Rizzato 0

Sarah Ellett, de 43 anos, mora em Utah, nos Estados Unidos, e está utilizando substâncias ilegais para tratar sua filha deficiente de três anos, que possui uma grave condição. Ela utiliza óleo de Cannabis sativa para controlar os problemas da garota, pois foi a única coisa que funcionou até o momento. Porém, ela está correndo o risco de perder a custódia de sua filha por conta das leis de seu estado.

Segundo Sarah, duas gotas de óleo de Cannabis sativa diárias sob a língua da garota, chamada Remie, é um tratamento “milagroso”. Ela sofre de doenças da tireoide, problemas respiratórios e digestivos, que exigem o uso de um tubo de alimentação. No entanto, a mãe solteira de sete filhos – dentre os quais, outros dois são deficientes – vive com medo de que as autoridades tentem afastá-la da garota. “Minha maior preocupação é ser incapaz de continuar tratando Remie sem violar a lei de Utah. Há uma série de riscos”, confessou a mulher em entrevista à revista People.

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Sarah disse que o óleo de Cannabis ajuda a tratar os sintomas que Remie tem devido ao pan-Hipopituitarismo, uma doença que afeta a glândula pituitária e a secreção de todos os seus hormônios. Segundo a mãe, um medicamento de hidrocortisona ajuda com os hormônios do crescimento e da tireoide, mas é o óleo de cannabis que mantém o açúcar no sangue equilibrado, tratando as náuseas e permitindo que ela movimente a mandíbula.

No entanto, Sarah acredita que ela terá de sair de seu estado, pelo menos até que a maconha medicinal seja legalizada. Ela disse que assistentes sociais do Departamento de Crianças e Serviços Familiares de Utah visitaram sua casa na segunda-feira, após descobrirem que ela tratava Remie ilegalmente com a substância. Sarah, que suspeita que tenha sido denunciada, disse que eles queriam se certificar de que a garota não estava em perigo. Ela respondeu que eles teriam que retornar após a ordem de um advogado. Agora, ela e sua família pensam em se mudar para o Colorado, ou outro estado onde ela possa tratar sua filha com Cannabis legalmente. Ela explica que o óleo é o que está dando a Remie “uma boa qualidade de vida”.

As únicas opções são: vender sua casa e se mudar, ou viajar para outro estado para comprar o óleo sempre que preciso, através de um serviço parcialmente legalizado na rede. Sarah diz que jamais deixará de oferecer a substância à garota, pois os médicos não esperavam que ela sobrevivesse tanto tempo.

Remie ficou hospitalizada por quase 2 anos após seu nascimento, e o óleo de cannabis melhorou muito sua vida, tanto que sua mãe acredita que ela mesma e quatro de seus outros filhos poderiam se beneficiar do uso do óleo. Sarah, que trabalha em tempo parcial para uma companhia de seguros, foi diagnosticada com Polipose Adenomatosa Familiar do Cólon (PAF-C), uma doença hereditária que faz com que um tecido extra se forme no cólon e no reto. Três anos atrás, ela teve seu cólon removido.

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Apesar de sua condição, ela disse que muitas vezes passa noites em claro para cuidar de Remie. A resposta surpreendente de Remie ao óleo de cannabis levou Sarah a se unir com outros pais e pacientes para pressionar o governo de Utah por uma lei que legalize a maconha para uso medicinal. Enedina Stanger, uma mãe de Utah com uma filha deficiente, foi presa no ano passado, após a polícia descobrir o uso de maconha medicinal.

Sarah lançou uma página de arrecadação de fundos no portal GoFundMe, com o objetivo de arrecadar cerca de 5 mil dólares para as despesas médicas de sua família, que não são cobertas pelo seguro. No início de janeiro, ela já havia conseguido quase metade da quantia.

Enquanto o Departamento de Crianças e Serviços Familiares de Utah diz não poder comentar a situação de Sarah, ela disse que sua filha não tem o luxo de esperar por uma lei que legalize a maconha no estado. “Estou um uma etapa na qual eu preciso tomar medidas para salvar sua saúde e, possivelmente, sua vida. Isso é tudo de que preciso. Salvar a vida da minha filha”, concluiu ela.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail

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