Mãe golfinho dá nome e se comunica com o filhote ainda no útero, diz pesquisa

de Julia Moretto 0

Os seres humanos não são a única espécie cujos membros falam com seus bebês ainda no útero. Uma nova pesquisa aponta que as mães golfinhos ensinam a seus bebês um “apito assinatura” antes do nascimento e nas duas semanas seguintes.

Esses assovios são sons produzidos exclusivamente por cada golfinho e são usados para identificação. Segundo os cientistas, os filhotes desenvolvem seu próprio apito, mas nas duas primeiras semanas de vida, a tarefa da mãe é ensinar som produzido por ela mesma aos filhotes. “Há hipóteses de que este seja um processo de impressão“, disse Audra Ames, uma estudante de doutorado na University of Southern Mississippi, em reunião anual da American Psychological Association.

Esse estudo pode ser verificado no final de 2012 e início de 2014, quando um golfinho bebê chamado Mira nasceu de uma mãe de 9 anos de idade, no Six Flags Discovery Kingdom, em Vallejo, Califórnia. Os cientistas fizeram um total de 80 horas de gravações dos dois meses anteriores e dos dois meses após o nascimento do golfinho. Eles gravaram a mãe e o filhote, bem como os cinco golfinhos alojados com eles. Era importante captar os ruídos para entender a comunicação existente entre a mãe e o filhote.

Segundo o estudo, a mãe começou a intensificar o seu apito nas duas semanas antes do nascimento. Após o nascimento, o som foi reduzido. Curiosamente, Ames disse, os outros golfinhos no grupo não produzem seu próprios apitos de assinatura em taxas muito elevadas durante as duas primeiras semanas de vida do novo integrante. Mas depois que a mãe diminui seu sinal, os outros membros do grupo começam a produzir seu apito normalmente. “Os outros golfinhos permanecem quietos para que o filhote não assimile o apito errado“, comenta Ames.

A partir dos 2 meses de idade, os filhotes começam a desenvolver o seu próprio apito, que costuma ser semelhante ao dos demais integrantes do seu grupo. Ames conta que estão realizando mais estudos sobre a comunicação entre mãe e filhote e que pesquisas com outros mamíferos marinhos como as baleias-brancas (beluga), estão sendo feitas. O artigo original foi publicado no site Live Science.

[ Live Science ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

Jornal Ciência