Humanidade pode ser eliminada por asteroides, a menos que levemos essa ameaça a sério

de Julia Moretto 0

Há sessenta e cinco milhões de anos um asteroide com 10 km de diâmetro bateu na região que hoje conhecemos como Península de Yucatán, no México.

Embora a ideia tenha sido ridicularizada no início, acredita-se que esse fato tenha causado a extinção dos dinossauros. Desde então, cientistas e engenheiros de todo o mundo trabalham para vigiar os asteroides e estudam formas para desviá-los de nós. Hoje, temos um Gabinete de Coordenação Planetary Defense da NASA, que tem a missão é nos preparar para a possibilidade de uma colisão. Mas, acredita-se que todos asteroides do tamanho do que matou os dinossauros foram detectados pelos estudiosos.

Mas há muitos asteroides menores – que ainda podem causar danos – que não foram detectados. Em 1908, o evento de Tunguska destruiu cerca de 2.000 quilômetros quadrados de uma floresta na Sibéria. Esse asteroide tinha cerca de 50 metros de diâmetro, e fazia parte dos pequenos asteroides próximos à Terra. Apesar de ser improvável, se um grande asteroide atingir a Terra, ele poderia causar danos extraordinários. Nós sabemos sobre impactos de asteroides recentes, mas ainda estamos descobrindo mais no registro geológico. 

Apesar de ser capaz de detectar e rastrear grandes asteroides, sabemos pouco sobre o seu interior. Nossas informações são com base em amostras de meteoritos que caíram sobre a Terra. Mas é difícil analisar pequenas amostras e compreender os asteroides como um todo. Eles possuem vários tipos com base na composição mineral, mas a sua estrutura interna também pode ter várias formas. Alguns podem ser pilhas de entulho, fracamente unidas pela gravidade e forças eletrostáticas, enquanto outros podem ser corpos sólidos de pedra. Diferentes tipos estruturais exigiriam diferentes métodos de deflexão.

Espera-se que a utilização de um dispositivo explosivo para mover um asteroide seja cerca de 100 vezes menos eficiente em asteroides porosos em comparação aos corpos mais sólidos. Isso significa que os cientistas precisam recriar as condições de gravidade, atmosfera e de temperatura. Eles também necessitam encontrar um material que combine as propriedades de uma superfície de asteroide para testar nosso equipamento ligado.

A NASA realiza experimentos em baixa gravidade, usando um raio parabólico. As condições atmosféricas podem ser alteradas em uma câmara de vácuo. Pesquisadores desenvolveram materiais simuladores que são semelhantes à composição química de várias classes de asteroides. Além de serem úteis para o equipamento de mineração, eles também podem ser usados ​​para testar equipamentos geofísicos que determinam propriedades úteis, tais como a estrutura.

Uma vez que esta tecnologia for comprovada, ela pode ser usada para desviar um asteroide. Ao compreender sua estrutura, porosidade e resistência, podemos começar a planejar estratégias de deflexão. Os dinossauros foram extintos porque eles não tinham um programa espacial. Se asteroides ameaçassem a Terra, essa tecnologia avisaria anos antes. Assim, podemos planejar a melhor estratégia para combatê-los. Em 1995, um workshop com designers de armas russas foi realizado para propor uma forma de desviar um asteroide inesperado. Eles apresentaram uma arma nuclear capaz de vaporizar instantaneamente um asteroide de 1 km.

Além disso, conseguiriam mover um asteroide para fora do nosso caminho caso soubessem dele alguns meses antes. Porém, se essa informação não chegar a tempo, a única saída seria evacuar com o local. Impactos de asteroides não são o único evento que pode acabar com a nossa existência. Guerra nuclear, terrorismo biológico e inteligência artificial também têm o potencial para nos destruir. Para alguns pesquisadores, a probabilidade de sobrevivermos até 2100 é de apenas 50%. Dado este nível de risco, uma coisa é certa: devemos gastar mais tempo e recursos tentando reduzir essas ameaças. 

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Quora ]

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