Grande Colisor de Hádrons quebra recorde de energia, dando esperança de poder recriar primeiros momentos do Universo

de Merelyn Cerqueira 0

O Grande Colisor de Hádrons (LHC) quebrou outro recorde, permitindo que especialistas estudassem um estado da matéria que existia logo após o Big Bang. O LHC, recentemente, esmagou íons de chumbo em 1045 trilhões de elétron-volts, uma energia duas vezes maior do que a alcançada em qualquer experiência anterior deste tipo. O experimento atingiu uma temperatura de vários bilhões de graus.

Especialistas do acelerador localizado na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra, na Suíça, trabalharam intensamente para reconfigurar o LHC, de modo a conduzir este avanço. Em 17 de novembro, os especialistas colocaram pesadas vigas de íons em colisão, e notaram constante estabilidade ​dias mais tarde. “É uma tradição colidir íons por mais de um mês a cada ano, como parte de nosso programa de pesquisa diversificada no LHC”, disse o diretor-geral do CERN, Rolf Heur. “Este ano, porém, é especial, pois estamos chegando a uma nova energia, explorando a questão de uma fase ainda mais primária do nosso Universo”, completou.

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No início da vida do Universo, a matéria existia como um meio extremamente quente e denso. O meio, que parecia uma espécie de “sopa”, era composto principalmente de quarks e glúons, que agora trabalham juntos para formar prótons e nêutrons. “Há muitas perguntas densas e quentes a serem abordadas através da quebra de íons que nosso experimento é capaz de fazer, após ser especificamente projetado e aperfeiçoado durante este tempo”, disse Paolo Giubellino, um porta-voz da experiência ALICE, que é a sigla inglesa de “A Large Ion Collider Experiment” (Experiência do Grande Colisor de Íons). “Toda a colaboração está entusiasticamente preparando-se para uma nova jornada de descobertas”, acrescentou.

Ao aumentar a energia das colisões de íons de chumbo, o LHC aumentou o volume e temperatura da matéria, justamente formando uma “sopa” com plasma de quarks e glúons. O estudo deste material poderia fornecer aos cientistas uma nova compreensão de como a vida começou. Mais colisões serão gravadas e os dados serão coletados a partir de quatro grandes experimentos do LHC. “Este é um passo animador para o desconhecido lado do LHC, que tem capacidades de identificação de partículas muito precisas”, disse o porta-voz Guy Wilkinson.

Em maio de 2015, o LHC estabeleceu um novo recorde na quebra de partículas subatômicas em conjunto. Depois de uma espera de mais de dois anos, enquanto o maior acelerador de partículas do mundo era atualizado, ele chegou a picos de energia duas vezes maiores do que os atingidos antes. Isto fez com que seus gigantes detectores começassem a explorar reinos da “nova física”, tais como dimensões escondidas e matéria escura.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail e Neatorama ]

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