Funcionários trabalham melhor sem chefe? Estudo revela que grupos tomam melhores decisões na ausência de líderes

de Merelyn Cerqueira 0

Um estudo descobriu que funcionários podem funcionar melhor quando não há alguém para gerenciá-los.

Basicamente, quando a influência é igual dentro de um grupo, o efeito de aprendizagem é maior.

Os pesquisadores consideram que este método é mais confiável quando o assunto é tomada de decisões, uma vez que, naturalmente, todas as pessoas tendem a se voltar para as mais aptas dentro de um determinado grupo.

Segundo o Dr. Damon Centola, principal autor do estudo e especialista em comunicação na Universidade da Pensilvânia (EUA), as descobertas poderiam ter implicações para grupos dentro da área da medicina, ciência climática e muito mais.

Dr. Centola fez suas descobertas ao investigar a teoria do “pensamento coletivo”. Esta sugere que, quando se trata da sabedoria de um grande grupo, “ter muitos cozinheiros acaba estragando o caldo”. 

Isso ocorre porque as pressões sociais dentro de um grupo dinâmico sugerem que os membros ignoram ideias alternativas e tendem a tomar decisões irracionais que desumanizam outras pessoas.

“A teoria clássica diz que, se você deixar as pessoas conversar umas com as outras, os grupos se desviam“, explicou Dr. Centola. “Mas, achamos que, mesmo que as pessoas não sejam particularmente precisas, quando falam umas com as outras elas se ajudam a se tornarem mais inteligentes”.

Ele acrescentou ainda que, em redes igualitárias, onde todos possuem a mesma influência, a pesquisa identificou um forte efeito de aprendizagem social. 

“Quando trocam ideias, as pessoas ficam mais inteligentes, mas isso pode ser prejudicado se houver líderes de opiniões dentro do grupo”, afirmou. Basicamente, ele considera que este líder pode sequestrar o processo, levando todos à confusão.

Embora estes líderes possam ter conhecimento de alguns tópicos, o pesquisador descobriu que, quando a conversa se afastou destes determinados assuntos, eles ainda permaneceram influentes. Como resultado, arruinaram o julgamento de todo o grupo. “Em média, os líderes eram mais propensos a desviar o grupo do que a melhorá-los”, explicou.

Para o estudo, feito online, foram recrutados mais de 1.300 participantes, que foram colocados e três condições experimentais.

Enquanto alguns foram alocados para uma das redes ‘igualitárias’, onde tinham a mesma influência que os demais, outros foram colocados em redes mais ‘centralizadas’, em que um único líder tinha influência sobre todos.

Os participantes então receberam uma série de desafios de estimativa, como adivinhar o número de calorias de um prato, por exemplo. O grupo igualitário mostrou respostas consistentemente mais precisas do que o centralizado.

“Em uma situação em que todos são igualmente influentes, as pessoas podem ajudar a corrigir os erros uma das outras”, disse o pesquisador. “Mas, assim que você considera líderes de opinião, a influência social se torna perigosa”.

“Embora os líderes às vezes possam melhorar as coisas, eles eram estatisticamente mais propensos a piorar o grupo do que ajudá-lo”, concluiu Centola.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Pixabay

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