Famosas estão comendo a placenta para evitar depressão pós-parto, mas isso não é real, diz estudo

de Merelyn Cerqueira 0

A placentofalgia é uma prática curiosa disseminada por celebridades como Coleen Rooney, esposa do jogador inglês Wayne Rooney, Kim Kardashian e Bela Gil.

Ela visa a ingestão da placenta materna a fim de evitar a depressão pós-parto. O órgão, que na maioria das vezes é consumido por meio de pílulas, já foi associado ao aumento de níveis de certos hormônios. No entanto, um estudo recente verificou que ele não é capaz de impedir a depressão, de acordo com informações do Daily Mail.

Para o estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Nevada, em Las Vegas, 12 mulheres que tomavam cápsulas de placenta foram avaliadas em acordo com outras 15, que tomaram comprimidos de placebo logo após o parto. Então, os cientistas analisaram os efeitos que ambas as cápsulas traziam para saúde, incluindo capacidade de prevenir a depressão pós-parto.

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Os resultados, publicados na revista Woman and Birth, mostraram que “a placentofalgia não funciona”, e que as cápsulas de placenta não diminuem o risco de uma mãe ter depressão pós-parto. 

“Nossos resultados podem ser vistos como prova de que a placentofalgia realmente não funciona, porque não encontramos diferenças claras e robustas nos níveis de hormônio materno ou do humor pós-parto entre o grupo da placenta e placebo”, explicou o autor do estudo e professor, Daniel Benyshek.

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Entretanto, as descobertas mostraram que o consumo de placenta influencia os hormônios das mulheres, o que de fato poderia ter alguns benefícios.

“Embora o estudo não ofereça apoio firme a favor ou contra as reivindicações sobre os benefícios da placentofalgia, ele lança uma luz sobre esse assunto tão discutido, fornecendo os primeiros resultados de um ensaio clínico especificamente testado para o impacto de suplementos à base de placenta em hormônios pós-parto, humor e energia”, disse a autora principal, Dra. Sharon Young.

“O que descobrimos são áreas interessantes para exploração futura, como pequenos impactos nos níveis hormonais para as mulheres que tomam cápsulas de placenta e pequenas melhorias no humor e na fadiga”, acrescentou.

Embora seja mais comumente consumida em forma de cápsulas, a placenta também é ingerida crua, cozida, desidratada ou em vitaminas. Os defensores da prática muitas vezes afirmam que o órgão contém vitaminas valiosas que poderiam aumentar a produção de leite materno, prevenir a depressão pós-parto, fornecer energia e ajudar a recuperação após a gravidez.

No entanto, o CDC, Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA, recentemente alertou as mães que não comessem suas placentas. Isso porque um recém-nascido desenvolveu intoxicação sanguínea após consumir o leite da mãe enquanto esta tomava pílulas de placenta contaminada por bactérias.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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