Faça o teste e descubra quão nítida é sua visão periférica

de Merelyn Cerqueira 0

Um estudo descobriu que a capacidade que temos de identificar objetos na visão periférica varia muito entre as pessoas.

Eles consideram que todos temos distintos “pontos ruins” na visão e que, em média, as pessoas tendem a sentir mais dificuldades em ver objetos posicionados acima e abaixo do ponto central de visão. 

“Se você está dirigindo um caminhão com uma cabine alta e olhando para a frente, é menos provável que perceba pedestres ou ciclistas no nível da rua se sua visão periférica estiver em um ponto mais baixo que os mesmos pedestres na esquerda e direita”, explicou o autor principal do estudo Dr. John Greenwood, da University College de Londres.

“Um ambiente visualmente desordenado, como uma estrada urbana movimentada, torna tudo ainda mais difícil”, acrescentou. “Assim como os pontos cegos físicos em veículos, as pessoas atrás do volante também têm diferentes áreas onde sua visão periférica é melhor ou pior”. 

Para o estudo, os pesquisadores convocaram 12 voluntários que passaram por uma série de testes de percepção ao longo de vários anos.

Uma dessas experiências exigiu que focalizassem um ponto no centro de uma tela enquanto, simultaneamente, eram mostradas imagens de relógios em diferentes partes do campo visual.

À medida que esses relógios circundantes se aproximavam do ponto visual central, os pesquisadores verificaram que ficava mais difícil para os participantes dizerem a hora correta. 

“O experimento revelou que os participantes variaram significativamente em sua capacidade de identificar corretamente o relógio central em uma cena desordenada”, explicaram os pesquisadores no estudo. 

Embora pouca diferença tenha sido observada entre a visão periférica esquerda e direita, os pesquisadores descobriram que a grande maioria dos participantes tinham mais dificuldades em detectar coisas na região periférica superior, seguida pela inferior.

Os participantes também foram convidados a mover os olhos para o ponto em que o relógio do centro havia desaparecido. E os cientistas descobriram que neste caso, a quantidade de interrupção da desordem e capacidade de movimentação ocular mais precisa estavam associadas. 

“Todo mundo tem seu próprio padrão de sensibilidade, com pontos de visão mais pobres e outras regiões de boa visão”, disse Dr. Greenwood.

“Por exemplo, se suas chaves estão eu uma mesa à esquerda de onde você está se concentrando, a presença de outros objetos, como livros e papéis na mesa, pode atrapalhar a localização das chaves”, exemplificou.

“Enquanto que alguém com uma visão melhor do lado esquerdo poderia localizá-las mais facilmente, e mesmo que estejam ao lado do livro, outras pessoas podem não notar as chaves a menos que estejam bem próximas do livro”. “Há uma variação substancial entre diferentes pessoas”, acrescentou.

Os pesquisadores descobriam que esses pontos ruins de visão podem atrapalhar algumas tarefas, até mesmo que as são processados por um lado diferente do cérebro.

Isso sugere que tais diferenças podem ocorrer logo no início da vida, quando a retina ainda está sendo formada. Contudo, eles ressaltam que ainda não está claro se resultam da genética do ambiente.

“O que é impressionante é a consistência do padrão desde os primeiros níveis de visão até os mais altos, os quais o processamento envolve áreas muito diferentes do cérebro”, disse o autor, professor Patrick Cavanagh, da Dartmouth College.

“Propomos que estas variações se originam nos primeiros níveis de visão e durante nosso desenvolvimento, onde características simples como bordas e cores são registradas e, em seguida, são herdadas por níveis mais elevados conforme o resto do cérebro se adapta para lidar com a informação que estão sendo enviadas pelos olhos”, acrescentou.

Os níveis superiores, segundo ele, lidam com o reconhecimento de objetos, rostos e ações, e direcionam nossos olhos para áreas de interesse.

Mas, embora essa acuidade visual normalmente não afete o centro de visão, existem algumas condições em que isso, de fato, se aplica, como a ambliopia (também conhecida como olho preguiçoso) e dislexia. 

“Em longo prazo, esperamos que isso ajude no desenvolvimento de melhores estratégias de tratamento para uma ampla gama de condições que limitam a visão de milhões de pessoas em todo o mundo”, concluiu.

Teste sua visão periférica

Conforme anteriormente mencionado, os cientistas descobriram que nossa capacidade de distinguir objetos na visão periférica não é uniforme.

A verdade é que, algumas pessoas são melhores em ver coisas acima do ponto de visão, enquanto outras são melhores em ver pelos lados.

Faça o teste abaixo e descubra qual o seu caso.

  • 1) Concentre-se no ponto vermelho no centro da imagem abaixo, certificando-se de que esteja ao nível dos olhos. Enquanto mantém o foco, tente ver as horas no relógio do centralizado acima e no abaixo do ponto. Em qual, região é mais fácil?

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De acordo com os pesquisadores, as pessoas geralmente acham mais fácil ler o inferior.

  • 2) Foque no ponto vermelho. Agora, mantendo esse foco, tente ver as horas no relógioda esquerda e depois no da direita. Qual lado é mais fácil de ler?

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Os pesquisadores afirmam que,para a maioria das pessoas, é mais fácil ler o da esquerda ou direita, muito mais do que ler acima ou abaixo.

  • 3) Concentre-se no ponto vermelho e tente ler o “C”central de cada conjunto. Qual lado é mais fácil?

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De acordo com os pesquisadores, embora pareçam iguais, algumas direções podem facilitar a leitura.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail 

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