Estudo sugere que depilação pubiana pode aumentar risco de contrair DSTs em até 80%

de Merelyn Cerqueira 0

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, questionaram 14.409 pessoas sobre seus hábitos de higiene pélvica e histórico sexual e descobriram que os adeptos à depilação púbica têm 80% mais chances de possuírem DSTs – e o risco é quatro vezes maior para quem opta pela – como é conhecida no exterior a depilação total ou quase total – “depilação à brasileira”.

Por outro lado, e não surpreendentemente, a falta de pelos reduz as chances de infestação por piolhos púbicos. De acordo com informações do jornal Daily Mail, dos 14.409 entrevistados, cerca de três quartos disseram ter aparado os pelos no passado, com mais mulheres (84%) do que homens (66%) engajados na prática.

A equipe classificou como “extremos” aqueles que removiam todos os pelos pubianos mais de 11 vezes ao ano. Quem retirava parcialmente todos os dias ou a cada semana foram marcados como de “alta frequência”. Mais de um a cada cinco foi classificado como de alta frequência, enquanto 17% ficaram na categoria extrema.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que se cuidavam com maior frequência tendiam a ser mais jovens e com um número maior de parceiros sexuais do que o outro grupo. Ainda, 943 dos entrevistados disseram que haviam contraído pelo menos uma das DSTs da lista (herpes, HPV, sífilis, molusco contagioso, gonorreia, clamídia, HIV ou piolhos púbicos).

De modo geral, os que se envolveram em qualquer tipo de depilação apresentaram um risco 80% maior de desenvolver qualquer uma das infecções. Enquanto no grupo de alta frequência esse ameaça era 3,5 vezes superior, entre extremos, o risco era até quatro vezes maior. No entanto, em ambos os grupos, o risco de infestação por piolhos púbicos mostrou ser reduzido.

De acordo com Dr. Benjamin Breyer, autor do estudo, a depilação púbica se tornou uma prática comum entre homens e mulheres em todo o mundo. “A mídia tem impulsionado a adoção de novos padrões de higiene e atratividade, limpeza, […] sentimentos de feminilidade ou masculinidade”, explicou. “Como resultado, nossa percepção da normalidade genital mudou”.

Vários mecanismos possíveis podem explicar nossas descobertas. Em primeiro lugar, a retirada pode causar microlesões epidérmicas, o que pode aumentar o risco de DST”, disse, acrescentando que o uso compartilhado de ferramentas de higiene também poderia ser um problema.

Como uma terceira explicação possível para nossas descobertas, os indivíduos que se depilam podem ser mais propensos a se envolverem em comportamentos sexuais de risco do que aqueles que não o fazem”, disse. Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista Sexually Transmitted Infections.

[ Fonte: Daily Mail ]

[ Foto: Reprodução / UmComo

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