Estudo sugere que as sondas Vikings encontraram vida em Marte em 1976

de Merelyn Cerqueira 0

Em julho e setembro de 1976, um experimento, conhecido como Viking Labeled Release, levou duas sondas (Viking 1 e Viking 2) ao solo de Marte. Elas teriam encontrado evidências que suportavam a existência de uma vida microbiana no planeta. 

Separadas por mais de 6.400 quilômetros de distância, ambas renderam resultados semelhantes, o que levou os pesquisadores a concluir, mesmo que controversamente, que há vida em solo marciano.

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De acordo com o jornal Daily Mail, embora muitos especialistas tenham rejeitado os resultados, os materiais do solo que apoiaram a constatação ainda precisam ser identificados. Agora, considerando os dados históricos, juntamente com evidências da existência de água e moléculas orgânicas complexas e metano, astrobiólogos estão alertando contra o descarte da possibilidade de vida em Marte, argumentando que todas as provas “devem ser consideradas”.

Em um artigo publicado na revista Astrobiology, especialistas da Universidade do estado do Arizona, e National Institutes of Health (NIH), nos EUA, argumentou-se que as evidências são “consistentes com uma explicação biológica”, sugerindo que os microrganismos de Marte evoluíram para se adaptar às condições ambientais adversas.

Foram investigados os resultados das amostras de ambos os landers – após a injeções de nutrientes, pré-aquecimento e ainda armazenadas no escuro por cerca de dois meses. Os resultados mostraram impressionantes semelhanças ao nosso solo terrestre, incluindo amostras coletadas na Califórnia, Alasca e Antártida.

Cada uma destas características é reminiscente das respostas por um compêndio de espécies de microrganismos terrestres, incluindo as respostas positivas iniciais, os controles de temperatura de 160° C e 50° C, a reabsorção de gás libertado mediante segunda injeção de nutrientes e a morte de armazenamento isolado a longo prazo”, observam os autores.

Muitas explicações foram propostas ao longo dos anos sobre as descobertas, incluindo a que sugeria que os resultados provavelmente foram causados “por um oxidante não biológico presente no solo”. No entanto, nenhum oxidante que pudesse corresponder a isso foi identificado, bem como não houve novas experiências similares no planeta vermelho.

Agora, com as inevitáveis futuras missões tripuladas a Marte, os pesquisadores estão considerando a biologia do local. “Planos para qualquer missão de retorno deve levar em conta as amostras viáveis, mesmo que dormentes, de vida alienígena”, escreveram. Ainda, de acordo com a equipe, este é o “único experimento de detecção de vida intocada que teremos”, uma vez que nenhuma outra nave espacial fez o mesmo desde então.

Os autores consideram que missões futuras poderão realizar experimentos em busca de vida, incluindo busca de moléculas orgânicas de importância biológica. “Mesmo que nem todos estejam convencidos de que os resultados dos Vikings tratem de fortes evidências de vida em Marte, este trabalho mostra claramente que a possibilidade deve ser considerada”, disse Chris McKay, PhD, um astrobiólogo na NASA Ames Research Center. “Não podemos descartar a explicação biológica. Isto tem implicações para os planos de retorno de amostras de Marte e futuras missões humanas”.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ] 

Jornal Ciência