Estudo sugere que a vitamina C poderia ajudar a parar o crescimento do câncer

de Merelyn Cerqueira 0

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Salford, no Reino Unido, sugeriu que a vitamina C poderia ajudar a impedir o câncer de se espalhar pelo corpo.

Os cientistas descobriram por meio de análises laboratoriais que níveis elevados do nutriente encontrado em laranjas, couve e pimenta, poderiam impedir o crescimento de um tumor.

Logo, eles alegam que em altas doses, a vitamina poderia ser 10 vezes mais eficaz do que alguns medicamentos, conforme apontado em um artigo publicado pelo Daily Mail.

No entanto, antes de considerarmos ingerir grandes quantidades desses alimentos, os pesquisadores alertam que o necessário para que funcione não pode ser obtido por meio de comidas ou suplementos, uma vez que as análises utilizaram injeções do nutriente. Ainda, há de se considerar que este é um estudo preliminar e ainda é muito cedo para fazermos qualquer afirmação.

Também conhecida como ácido ascórbico, a vitamina C pode ter efeitos sobre as células-tronco do câncer, que são conhecidas por alimentar o crescimento de tumores.

Ao inibir a quebra da glicose, as mitocôndrias – consideradas as “geradoras de energia” das células – são incapazes de obter a energia vital de que precisam para prosperar.

“A vitamina C é barata, natural, não tóxica e amplamente disponível para agir como uma arma potencial na luta contra o câncer, o que seria um passo significativo”, disse o autor do estudo Dr. Michael Lisanti. 

Ele assume que se for administrada como um complemento para a quimioterapia, a vitamina C poderia ser usada para prevenir a recorrência de um tumor e, consequentemente, a progressão da doença.

Já sendo conhecida por ajudar o sistema imunológico a combater certas doenças, há quase quatro décadas a vitamina vem sendo estudada internacionalmente como um tratamento em potencial para pacientes com câncer.

No entanto, os resultados positivos, até o momento, têm sido escassos. Ainda, pesquisas anteriores associaram o nutriente como um risco para a doença, uma vez que pode desencadear um processo biológico que danifica o DNA.

As células-tronco do câncer, por outro lado, são consideradas como uma das maiores causas de resistência à quimioterapia, levando à falha de tratamentos em pacientes com formas avançadas da doença e permitindo a metástase. 

Com isso em mente, os pesquisadores britânicos testaram sete substâncias, três das quais eram naturais, como a vitamina C, um derivado do mel de abelha chamado CAPE (caffeic acid phenethyl ester) e extrato de cardo de leite de silibinina.

Já o grupo dos sintéticos era composto por um fármaco usado para combater epilepsia, chamado stiripentol, bem como outras drogas experimentais como a actinonina, FK866 e 2-DG. Destes, a actinonina e FK866 foram considerados promissores, com potencial para serem futuros tratamentos.

Os produtos naturais também conseguiram interromper o crescimento das células cancerosas, com a vitamina C superando em 10 vezes a potência do 2-DG. “Nossos resultados indicam que ela é um agente promissor para ensaios clínicos”, disse a pesquisadora Dr.ª Gloria Bonuccelli.

Em contrapartida, Anna Perman, gerente de pesquisa científica da Cancer Research do Reino Unido, aleta que este é um estudo em estágio inicial e que ainda não foi testado em pacientes. 

“Na verdade, alguns médicos acreditam que antioxidantes como a vitamina C podem interferir na quimioterapia, que já sabemos ser um tratamento eficaz”, disse.

“O importante para os pacientes com câncer é lembrar que este estudo está olhando apenas para a ação da vitamina C em laboratório, e não sobre o efeito de consumir alimentos ou suplementos com o nutriente”.

“Isso não deve, de nenhuma forma, levar qualquer pessoa que esteja recebendo tratamento contra o câncer a mudar sua dieta ou plano de tratamento”, acrescentou.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Pixabay

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