Doença de Lyme: Mulher fica paralisada, muda e sem piscar após picada de carrapato em seu jardim

de Merelyn Cerqueira 0

Rachel Foulkes-Davies, à época com 43 anos, estava no jardim de sua casa em Denbighshire, norte do País de Gales, quando sentiu uma picada no pescoço

Sem pensar no incidente nos dias seguintes, ela logo começou a sentir o corpo ficar paralisado, lábios dormentes e modificações no rosto.

Os médicos acreditavam se tratar de um caso de Paralisia de Bell, relativamente comum, mandando-a para casa sob tratamento de esteroides e outras medicações.

Incapaz de se recuperar, ela procurou ajuda médica novamente e, através de um teste particular, foi diagnosticada com a Doença de Lyme.

A britânica, que perdeu a capacidade de falar durante 7 agonizantes meses e precisou usar tapa olho durante 6, descreveu a experiência como a “pior do mundo”.

Embora o incidente tenha ocorrido em 2015, só após muitos anos ela decidiu torná-lo público. Rachel revelou que recuperou a fala, mas ainda sofre com dores de cabeça e precisa usar óculos escuros para assistir televisão. Ela também foi forçada a desistir do trabalho, bem como já enfrentou pensamentos suicidas.

Para Rachel, o primeiro sintoma sentido foi o de dormência nos lábios, seguido da paralisia facial e dificuldades de falar.

Por dois anos ela pôde se alimentar apenas de sopas e ensopados, tendo que bebê-los através de um canudo. Impedida de piscar, também foi obrigada a usar tapa-olho, óculos de sol e muito colírio.

Ela acredita ter sido picada por um carrapato, enquanto estava sentada em seu jardim. Horas depois, notou que o local da picada estava inchado e esbranquiçado

Rachel só decidiu buscar ajuda médica, no Hospital Deeside, do sistema britânico de saúde chamado NHS (igual ao SUS, do Brasil), quando notou que já não conseguia mais fechar o olho direito.

Então, foi avaliada, recebeu um tapa-olho e foi mandada para casa em poucas horas — sem nenhum diagnóstico adequado. Apesar dos sintomas, o NHS descartou de modo irresponsável a possibilidade da Doença de Lyme como diagnóstico.

Foi somente em maio de 2016 que ela decidiu pagar por um teste privado extremamente caro, e quase 3 anos depois, finalmente, foi diagnosticada corretamente.

Segundo ela, os médicos do NHS haviam lhe dito que a Doença de Lyme não existia no País de Gales. No entanto, se tivesse sido diagnosticada à época e tratada com Doxiciclina (um antibiótico), possivelmente não teria ficado com tantas sequelas.

Sabe-se atualmente que é uma lenda pensar que a Doença de Lyme só existe nos EUA. Ela já foi encontrada em vários países.

O que é a Doença de Lyme ou Borreliose de Lyme?

Bactéria da espécie Borrelia burgdorferi, responsável pela Doença de Lyme. Ela tem forma de espiroqueta que permite penetrar nos tecidos como se fosse um “saca-rolha”

Trata-se de uma infecção por bactéria do gênero Borrelia que pode ser contraída por seres humanos através de carrapatos infectados. Geralmente é mais fácil de ser tratada quando o diagnóstico acontece cedo.

O sintoma mais comum que aparece logo na fase mais precoce da doença é uma erupção cutânea vermelha circular ao redor da picada de carrapato. Ela tende a permanecer por até 3 meses após a picada e geralmente é mais evidente durante as primeiras semanas.

No entanto, não são todas as pessoas que desenvolvem a erupção cutânea característica, como a da foto de capa (à direita) desta reportagem.

Algumas chegam a apresentar sintomas semelhantes aos da gripe nos estágios iniciais, como: febre alta e calafrios, dores de cabeça, dores musculares e articulares, cansaço e perda de energia.

Fonte(s): Daily Mail / NHS Imagem de Capa: Reprodução / Daily Mail e Jornal Ciência

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