Descubra o porquê de seu filho carregar um único objeto para todos os lados

de Merelyn Cerqueira 0

Em um artigo para o site Fãs da Psicanálise, a psicóloga Juliana Capelli, especialista em Depressão, Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo-Comportamental, dissertou sobre o motivo de algumas crianças carregarem sempre um mesmo objeto para todos os lados.

Segundo ela, esse hábito de carregar objetos, como ursinhos, cobertor, lençol e brinquedos, é muito comum. No entanto, qual seria o motivo por trás de tamanha afeição?

Capelli explica que quando a criança nasce, há uma forte tendência para que ela desenvolva um vínculo com seus pais, uma vez que estes estão mais próximos, e a criança ainda é dependente. É nessa fase que ocorre uma espécie de simbiose, quando a mãe e a criança praticamente se tornam um ser só.

Conforme a criança cresce, esse vínculo é enfraquecido. Ela já não é mais amamentada, não fica tanto tempo no colo e percebe que já não pode mais ser protegida o tempo todo. Neste momento ocorre uma transição, de acordo com a especialista.

A criança passa a se apagar a outro objeto, uma vez que ainda precisa se sentir segura. E vai ser neste objeto que ela depositará todo o amor que outrora dedicou à mãe. É por isso que, muitas vezes, a criança se recusa a dormir sem seu o objeto de afeição e o leva para todos os lugares.   

Capelli indica que é absolutamente normal uma criança possuir um “objeto transicional”, que pode ser muito importante para essa primeira fase da infância. Ele é uma maneira que ela encontrou de lidar com esse difícil momento de transição e ansiedade, para que se sinta novamente protegida.

Contudo, há se notar que não são todas as crianças que adotam esse hábito. Algumas simplesmente não veem necessidade disso.

Agora, se você está se perguntando quando o período de desapego chega, Capelle adverte que não há um momento certo para isso, mas, ele geralmente ocorre entre os três e cinco anos de idade. Isso acontece porque nesta fase surgem novos interesses, bem como uma maior individualidade. 

Entretanto, a psicóloga avisa que, se após os cinco anos a criança ainda não conseguiu se desapegar, e isso lhe causa algum tipo de sofrimento, é importante procurar ajuda profissional e não tentar tirar o objeto de sua posse.

Fonte: Fãs da Psicanálise / Doctoralia Foto: Reprodução / Pixabay

Jornal Ciência