Cuidado: sexo oral pode causar câncer de boca e faringe pelo HPV, diz estudo

de Merelyn Cerqueira 0

Apenas nos EUA, anualmente, mais de 3.100 novos casos de cânceres orais, associados ao HPV (Papilomavírus Humano), são diagnosticados apenas em mulheres, enquanto que o número é de mais de 12.600 para os homens.

Ainda, estima-se que a maioria dos adultos estejam em risco de adquirir o vírus, uma vez que, potencialmente, 80% das pessoas poderão ser testadas positivas para a infeção dentro dos próximos cinco anos, de acordo com informações da Medical Daily.

Existem mais de 100 estirpes de HPV, sendo que 15 são conhecidas como de alto risco. É importante ressaltar que nem todas as pessoas diagnosticadas com câncer oral não necessariamente o desenvolveu por causa do vírus em questão. Na verdade, o HPV passa a fazer parte do material genético das células cancerosas, o que desencadeia o crescimento dos tumores.

O HPV, considerado uma doença sexualmente transmissível, quando encontrado na boca, possivelmente foi contraído por meio do sexo oral. Não se sabe ao certo o quão comum esse tipo específico de condição é, porém, em um relatório divulgado recentemente pela Canadian Cancer Society e da Agência de Saúde Pública do Canadá, foi registrado um aumento entre as taxas relacionadas ao HPV e cânceres de boca e faringe envolvendo homens.

Em outro estudo, publicado em 2011 pelo Journal of Clinical Oncology, cientistas descobriram que a proporção de cânceres orais relacionados ao HPV aumentou de 16,3% para 71,7% entre 1984 e 2004. Ainda, em dados apresentados no mesmo ano pela American Association for the Advancement of Science, o HPV ultrapassou o tabaco como principal causa de câncer oral em norte-americanos com idade inferior a 50.

Entre os fatores de risco apresentados pelos pesquisadores estava o comportamento sexual, que incluía sexo oral com quatro ou mais pessoas durante a vida entre homens que iniciaram a vida sexual precocemente (antes dos 18 anos).

Hoje considerado comum, o HPV (de qualquer tipo) tem o potencial para atingir quase todos os homens e mulheres sexualmente ativos pelo menos uma vez na vida. De acordo com um porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, na maioria dos casos, o vírus aparece e vai embora sem causar quaisquer problemas de saúde. Ele ressalta ainda, que “não há uma maneira certa de saber se a pessoa com infectada poderá desenvolver câncer”.

Considerando que sim, quando o diagnóstico é feito cedo, os pacientes têm uma taxa de sobrevivência de 80 a 90%, mas isso não exclui a ideia de que a prevenção ainda é o melhor remédio. Para isso, recomenda-se que meninos e meninas sejam vacinados entre as idades 11 ou 12, porque quando administrada nesse período, em que a criança se torna sexualmente ativa, é mais eficaz.

Vale recomendar ainda que a prática segura do sexo oral pode ajudar a diminuir o número de vítimas, fazendo com que a contaminação se torne cada vez menos comum e minimize os casos de cânceres relacionais com o vírus.

[ Medical Daily ] [ Foto: Reprodução / Pexels – domínio público ]

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