Diabetes, colesterol alto e outras doenças podem impedir mulheres de ter orgasmos

de Merelyn Cerqueira 0

O sexo não necessariamente tem sempre que terminar em um orgasmo – embora seja bom quando isso acontece. Logo, colocar os orgasmos em um pedestal tão alto é parte da razão pela qual as mulheres têm tanta dificuldade em alcançá-los. 

Segundo a médica Leah S. Millheiser, diretora do programa de medicina sexual da Universidade de Stanford, a grande maioria das mulheres jovens e saudáveis que afirmam nunca terem sentido um orgasmo têm suas razões fundamentadas em algo psicológico. 

“Muitas vezes essas mulheres estão cientes de que estão se contendo para chegar ao orgasmo”, explicou.

Neste caso, a especialista assume que a incapacidade é resultado de alguma ansiedade em torno de ceder ao controle e pressão da sociedade sobre o assunto, embora problemas de saúde adjacentes também possam estar envolvidos. 

Uma vez que o fluxo sanguíneo e a contração muscular determinam a intensidade do orgasmo de uma mulher, uma doença vascular periférica, que reduza esse fluxo de sangue em direção aos membros do corpo, pode estar causando a redução ou inexistência desse clímax.

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“Se uma pessoa tem uma doença vascular periférica de longa data, isso significa que ela terá bloqueios em seus vasos periféricos – os vasos sanguíneos que vão para as pernas e genitais”, explicou a médica.


“Isso pode ocorrer por causa da diabetes ou colesterol alto, por exemplo, que causam a redução do fluxo sanguíneo”.

Logo, isso resultará em orgasmos menos intensos. Condições como esclerose múltipla, epilepsia e outros distúrbios do sistema nervoso também podem ter um impacto nos orgasmos, que requerem uma função neurológica saudável na região genital.

“Quando os genitais estão sendo estimulados, um orgasmo requer uma mensagem que passa pela medula espinhal até o cérebro”, explicou Dr.ª Millheiser. Ainda segundo ela, mudanças hormonais também têm sua parcela de culpa.

Os níveis de testosterona e estrogênio que flutuam durante períodos como amamentação, menopausa e até mesmo na administração de anticoncepcionais, podem retardar a sensação nervosa do clitóris, dificultando ainda mais o orgasmo.

“Uma das coisas mais comuns que as mulheres experimentam quando estão passando pela menopausa é que leva muito mais tempo para conseguir um orgasmo”, disse Millheiser.

“Às vezes as mulheres de fato não conseguem atingi-lo, e se o fazem não sentem que é real, porque ocorre com menos intensidade do que antes”. 

Depressão e outros problemas de saúde mental também podem interferir nessa capacidade, uma vez que têm impactos diretos sobre o desejo sexual – e os medicamentos usados para tratar essas condições também não ajudam.

Na verdade, alguns deles podem dificultar o processo por estimular certos receptores de serotonina, que causam a redução da dopamina e norepinefrina em uma área do cérebro.

Agora, se nenhuma dessas questões se aplica ao seu caso, sua incapacidade de ter orgasmos pode estar relacionada com algo tão simples quanto seu estado mental.

Pode ser que o motivo seja estresse ou seu parceiro/parceira já não lhe atrair. Entretanto, saiba que para todos os casos é sempre necessário consultar um médico para descobrir mais sobre um potencial problema.

Fonte: Glamour Fotos: Reprodução / Glamour

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