Coca-Cola era usada como anticoncepcional, em Porto Rico, nos anos 80

de Redação Jornal Ciência 0

Na década de 80, não existiam medicamentos anticoncepcionais à venda nas farmácias de Porto Rico.

 

Então, as pessoas chacoalhavam garrafas de refrigerantes e esborrifavam o conteúdo dentro da vagina, para impedir uma gravidez indesejada. Apesar de parecer uma prática estranha, existia uma teoria para o feito. Acreditava-se que o ácido carbônico exterminaria os espermatozoides vivos, o que causou uma utilização constante de Coca-Cola para os métodos contraceptivos.

 

Porém, nessa época, a médica Deborah Anderson, dos EUA, visitou a ilha caribenha e ficou chocada ao descobrir tal prática. Ela resolveu, então, realizar testes para saber de onde vinha esta bizarra teoria. Ela despejou quatro tipos de Coca-Cola em tubos com espermatozoides. Ela notou que, em apenas um minuto, a Coca Diet matou todos. Já as versões convencionais do refrigerante quase não foram úteis, e eliminou apenas metade deles. Mesmo assim, ela comprovou que a lenda não era uma farsa, e tinha muito sentido.

 

Dois anos após os experimentos de Deborah, uma equipe resolveu realizar o mesmo teste, porém com muito mais cuidado. A análise adequada, em um laboratório renomado, descobriu que 70% dos espermatozoides continuaram vivos, com qualquer tipo da bebida. Desta vez, a lenda foi destruída.

 

Porém, é importante saber que nem sempre a ciência é exata, e depende muito de amostragem e tantas outras condições para um experimento ser replicado com sucesso. A segunda equipe, por exemplo, usou uma quantidade muito menor de refrigerante do que a equipe de Anderson, alterando também a concentração de espermatozoides e a temperatura ambiente. Portanto, até mesmo no corpo humano, é possível que as condições de efeito sejam ainda mais distintas.

 

Eficiente ou não, dependendo de vários fatores, o uso não é recomendado e é totalmente incerto. Hoje, a facilidade de pílulas anticoncepcionais oferecem proteção garantida e é livre de suspeitas, que, às vezes, nem a ciência consegue comprovar.

[ Brasil Post / Super Interessante ] [ Foto: Reprodução / Super Interessante ]

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