Cientistas descobrem que o tardígrado também é capaz de sobreviver à radiação extrema

de Merelyn Cerqueira 0

O tardígrado, ou urso d’água, é conhecido por sobreviver a condições extremamente adversas. Isso inclui o vácuo do espaço e temperaturas em zero absoluto.

No entanto, agora, pesquisadores descobriram que uma proteína presente no corpo do pequeno animal pode ajudá-lo a se proteger da radiação. Ainda, os cientistas sugerem que poderia haver ainda muitas outras moléculas que contribuem para suas habilidades, segundo informações do jornal inglês Daily Mail.

imagen-de-un-tardigrado-oso-de-agua_2
A imagem mostra o tardígrado tanto no estado hidratado (esquerda) e desidratado (direita). Estas criaturas aquáticas são capazes de sobreviver radiação extrema, juntamente com outras condições ambientais adversas

Apesar de microscópicos, os tardígrados são considerados criaturas especialmente resistentes capazes de sobreviver a condições que matariam qualquer outro organismo – incluindo o vácuo do espaço, reidratação e temperaturas de 100°C e -273°C. Em um estudo publicado pela revista Nature Communications, pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão decodificaram o genoma de uma espécie de tardígrados, Ramazzottius varieornatus, conhecido por suportar níveis extremamente elevados de radiação. Eles descobriram uma nova proteína, chamada de “Dsup” – uma abreviação para “Damage Suppressor” (Supressor de Danos).

Os pesquisadores sugeriram que a proteína pode ajudar a proteger o DNA do estresse da radiação e por isso testaram os efeitos de Dsup em células humanas – incapazes de expressar naturalmente tal proteína – expostas aos raios-X. Aquelas que conseguiram desenvolver a Dsup apresentaram metade dos danos que as outras e ainda foram capazes de se reproduzir.

O que é surpreendente é que, anteriormente, as moléculas que repararam o DNA danificado foram consideradas importante para tolerar radiação”, disse o pesquisador do projeto, Takuama Hasimoto. “Depois de expor as células cultivadas em raios-X, inicialmente, nós encontramos apenas uma pequena diferença entre aquelas sem Dsup. No entanto, elas foram deixadas na incubadora por um tempo, na esperança de que descobríssemos uma propriedade fundamental da proteína escondida em algum lugar, e que a diferença acabaria por torná-las bastante distintas”.

Para nossa grande surpresa, quando checamos as células no microscópio, algum tempo depois, sua forma e número tinha mudado significativamente, muito além das nossas expectativas”, disse.

A nova descoberta poderia explicar por que essas criaturas aquáticas são capazes de sobreviver à radiação extrema. A partir da análise do genoma dos tardígrados, a equipe disse que pode em breve encontrar outras moléculas que contribuem para a natureza aparentemente indestrutível destes seres.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Jornal Ciência / Daily Mail ] 

Jornal Ciência