Cientistas descobrem o que é a mancha vermelha em Caronte

de Julia Moretto 0

Segundo o artigo publicado na revista Nature, novas evidências mostram o que é a grande mancha vermelha que cobre o polo norte da lua de Plutão.

Na metade do diâmetro de Plutão, Caronte é o maior satélite em relação ao seu planeta do Sistema Solar. Quando a sonda New Horizons, da NASA, fez o seu voo sobre Plutão, no ano passado, foi possível analisar fotos em alta resolução de Caronte. Nas imagens foi possível observar uma paisagem de gelo com água refrigerada, além de montanhas, cânions, deslizamentos de terra, e uma grande mancha vermelha em todo o polo norte.

Nós pensamos que a probabilidade de ver essas características neste satélite era baixa“, contou Ross Beyer, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, na Califórnia. Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que a mancha vermelha era formada por um fino resíduo de compostos orgânicos sólidos, produzido por gases. Eles foram catalisados por explosões de radiação ultravioleta e partículas carregadas do Sol. Mas algo não fazia sentido nessa hipótese: Apenas Plutão possui gases. Então, talvez Caronte estivesse roubando gás de Plutão? Um novo modelo com base nos dados capturados pelo New Horizons confirmou o que os especialistas têm procurado mostrar nos últimos 12 meses.

 Caronte_02

Nova teoria

Por ser um planeta anão, Plutão trabalha para obter a sua atmosfera. Quando ele é atingido por ventos solares, sua gravidade é muito fraca para manter todos os seus gases. 

Enquanto Caronte não possui gravidade suficiente para segurar sua atmosfera, ela pode manter cerca de 2,5 por cento do metano de Plutão suspenso. “As partículas acabam se comportando como se estivessem em uma exosfera. Na maior parte, apenas bopping para seguir trajetórias balísticas. A exceção é quando eles se chocam com o polo norte gelado. Este polo é absurdamente frio, de modo que qualquer metano que atinge não é capaz de pular como se fosse em qualquer lugar do Caronte“, explica Ellis para Wired.

De acordo com a equipe, há cerca de 270 bilhões de moléculas de metano por metro quadrado da superfície de Caronte e se mantêm como um vasto resíduo fino.  Caso encerrado, certo? Não! Apesar do metano de Plutão parecer estar acumulando no polo norte de Caronte, ele não é a explicação para esse pigmento vermelho.

De volta ao modelo

 Quando a primavera chega, o metano deveria voltar em forma de gás. Mas não é isso que acontece. Como a radiação ultravioleta do Sol atingiu o polo norte, o metano da superfície colocou o hidrogênio para fora. Isso o transformou em uma molécula mais pesada chamada de radical metil. Esse radical é mais reativo que o metano antigo, pois ele reage e produz hidrocarbonetos maiores e mais pesados ​​no polo. Essa mistura resulta na acumulação de hidrocarbonetos de cadeia chamada tholins, em homenagem à palavra grega “tinta do sépia”.

Como os resultados correspondem aos modelos estudados, a equipe diz que esta é a melhor explicação sobre a mancha vermelha de Caronte. Além disso, um fato interessante é que ele parte de Plutão. Segundo os pesquisadores, é raro um planeta fazer algo para sua Lua sem que seja provocado por uma força gravitacional.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert / NASA ] 

Jornal Ciência