Cientistas criam célula solar tão leve quanto uma bolha de sabão

de Bruno Rizzato 0

Cientistas inventaram células fotovoltaicas flexíveis incrivelmente finas e leves, que podem até mesmo ser acomodadas em cima de bolhas de sabão. 

As células poderiam ser colocadas em praticamente qualquer lugar, desde roupas inteligentes a balões de hélio. “Pode ser tão leve que você nem sabe que ela está lá, seja em sua camisa ou no seu notebook. Elas poderiam ser um complemento para as já existentes”, disse um dos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Vladimir Bulović.

Mesmo que ainda seja um conceito, a versatilidade anima os cientistas. A chave para a criação da nova célula é a forma como os pesquisadores têm combinado a célula solar, o substrato que a suporta e o revestimento de proteção em um único processo. A célula solar é um dispositivo elétrico capaz de converter a luz diretamente em energia elétrica por intermédio do efeito fotovoltaico.

Uma vantagem desse novo conceito, descrito na Organic Electronics, é que o crescimento da célula e do substrato, em conjunto, podem protegê-la contra a poeira e outros contaminantes. Um polímero flexível comum chamado Parileno foi usado como substrato e revestimento externo, enquanto um material orgânico chamado Dibutilftalato foi utilizado como camada de absorção de luz primária.

Ao contrário das abordagens convencionais para a fabricação de células solares, todo o processo aconteceu em uma câmara de vácuo à temperatura ambiente, sem o uso de quaisquer solventes ou produtos químicos. Técnicas de deposição de vapor – onde o calor, a pressão, e reações químicas criam um revestimento muito fino de um material específico – foram usados ​​para fazer crescer o substrato e o conjunto de células solares.

A equipe do MIT diz que é essa técnica, e não os materiais utilizados, que torna o avanço tão significativo. As células ultrafinas e flexíveis resultantes são apenas um quinto da espessura de um cabelo humano e um milésimo da espessura das células de vidro atuais (cerca de 2 micrometros de espessura), mas podem converter a luz solar em eletricidade com a mesma eficiência. “Se você respirar muito forte, é capaz de soprá-la”, disse Joel Jean, um dos pesquisadores envolvidos.

De acordo com os inventores do novo processo – que levou anos para se aperfeiçoar -, essa camada feita de vácuo poderia ser utilizada para depositar as células solares na parte superior de tecido, papel, ou praticamente qualquer outro material. No espaço ou em grandes altitudes, onde o peso é importante, essas células poderiam ter uma função importante.

[ Foto: Reprodução / MIT ]

Jornal Ciência