Cientista desenvolve método de treinamento cerebral que promete aliviar os sintomas de um coração partido

de Merelyn Cerqueira 0

Uma neurocientista da tradicional Universidade de Cambridge, no Reino Unido, sugeriu ao usar testes computadorizados que somos capazes de reprogramar o cérebro para impedir que ele acesse memórias particularmente difíceis e evitar o perigo sempre presente de enviarmos mensagens de texto enquanto estamos sob os efeitos do álcool.

De acordo com informações da IFLScience, a sugestão foi feita pela professora Barbara Sahakian, que há anos estuda a base neurológica da disfunção emocional e comportamental.

Segundo ela, a ideia normalmente se concentra em tentar tratar pessoas com comportamentos compulsivos, a fim de que encontrem maneiras de fortalecer o autocontrole por meio de tarefas simples.

Contudo, ela sugeriu que as mesmas atividades poderão ser ajustadas para ajudar pessoas em desilusão amorosa.

Curiosamente, os testes são feitos de maneira muito simples. Basta apenas responder às setas que aparecem à esquerda ou direita na tela até que uma campainha soe. Acredita-se que o método ajude a fortalecer o córtex pré-frontal, uma região do cérebro associada a funções executivas e controle inibitório.

De acordo com Sahakian, esta parte do cérebro pode ser exercitada de forma semelhante aos músculos, aumentando assim sua capacidade de responder ao estresse emocional.

“Os lobos frontais exercem controle em muitas situações diferentes, seja em uma tarefa de treinamento do cérebro ou impedindo que as pessoas fiquem remoendo seus amores perdidos”, disse Sahakian ao The Guardian“É como exercitar um músculo e pode impedir alguém que está com o coração partido de repetidamente ficar mandando mensagens para seu ex-parceiro. O cérebro teria as ferramentas para impedir isso”.

Ela considera ainda que, por vezes, o comportamento obsessivo pode ser um benefício, especialmente quando se trata de situações em que são necessários sentimentos mais fortes (como relacionamento e filhos, por exemplo).

Porém, quando problemas surgem, temos a tendência de reagir de maneira inadequada. Logo, a cientista acredita que é possível que o córtex pré-frontal possa ser treinado a fim de ajudar as pessoas a impedir que essa região impulsiva do cérebro se dedique de maneira insalubre a determinada desilusão.

Contudo, há de se considerar que isto é algo difícil de ser conseguido, uma vez que faz parte de nossa natureza humana se apegar, bem como pode levar algum tempo. No entanto, até que a ideia seja tentada e testada, ainda vale a pena ser discutida.    

Fonte: IFL Science Foto: Reprodução / Jornal Ciência

Jornal Ciência