China faz planos e declara querer explorar o “lado escuro” da Lua

de Rafael Fernandes 0

A China começou a trabalhar em uma missão espacial para ir onde ninguém esteve: o lado escuro da Lua.

A primeira missão do tipo está prevista para ser operada em 2018, na nave espacial Chang’e-4 – nome da deusa da Lua, na mitologia chinesa – que ainda está para ser construída.

O hemisfério mais distante da Lua não é diretamente visível da Terra e nunca foi explorado. E, apesar já ter recebido sondas espaciais em missões como a americana Apollo 8 e a soviética Luna 3 (primeira de todas), é a primeira vez que amostras do lado oculto serão recolhidas.

A China espera ser o primeiro país a ter uma nova percepção da Lua, explorando o lado contrário daquele que, por milênios, nos habituamos a apreciar.

Liu Zheng, o vice comandante da exploração lunar, revelou ontem que a sonda está estimada para ser iniciada dentro de dois anos, principalmente com a realização do patrulhamento que detectará quais satélites podem ser lançados.

Ele disse: “A implementação da missão Chang’e-4 tem ajudado nosso país a dar o salto necessário para atingir a liderança no campo da exploração lunar.” Em Pequim, as autoridades confirmaram que já organizaram unidades relevantes para as demonstrações das missões da exploração, especialmente com Chang’e-4.

Um pouso suave é esperado na Lua

Pequim vê seu multibilionário programa espacial militar como um memorável episódio de suas crescentes importância global e perícia técnica de engenharia. Mas, até agora, em sua maior parte, ele é visto como uma tentativa de copiar as atividades da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética.

Em declarações à AFP, Clive Neal, presidente do Grupo de Análise de Exploração Lunar filiado à NASA, confirmou que a missão Chang’e-4 é inédita. Ele disse: “Não houve, jamais, exploração da superfície do lado mais distante.”

“Ele é muito diferente do lado mais próximo por causa das irregularidades do solo, a bacia do Polo Sul-Aitken, pode ter exposto substâncias do manto e deixado a crosta lunar mais grossa”, disse ele. A bacia é a maior cratera de impacto conhecida no Sistema Solar, tem cerca de 2.500 quilômetros de largura e 13 quilômetros de profundidade.

“Estou certo de que a comunidade científica internacional ficará muito animada com esta missão”, disse à AFP. “Eu sei que eu estou.”

Em 2013, a China conseguiu aterrissar um robô apelidado “Yutu” na Lua. E, no ano seguinte, uma sonda não tripulada completou sua primeira missão de retorno para o único satélite natural da Terra.

Pequim tem planos de colocar uma estação em órbita permanente em 2020 e de enviar um humano à Lua.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / NASA

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