Carlos, o Chacal: conheça um dos terroristas mais infames da história

de Merelyn Cerqueira 0

Conhecido como Carlos, o Chacal, o Ilich Ramírez Sánchez foi listado como o homem mais procurado do planeta entre as décadas de 70 e 80. Nascido em 1949, em Caracas, na Venezuela, ele foi educado em escolas na Inglaterra e frequentou uma universidade em Moscou.

Após sua expulsão da universidade, em 1970, se juntou a Frente Popular para a Libertação da Palestina, um grupo esquerdista pan-árabe com sede em Amã, na Jordânia.

Entre suas empreitadas mais audaciosas está o sequestro de 11 ministros de países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), feito em 1975, em uma conferência em Viena.

Embora os reféns posteriormente tenham sido libertados, três pessoas acabaram morrendo no evento. Ramírez também foi associado ao assassinato de dois atletas israelenses, que foram feitos reféns em pleno Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha em 1972.

Abaixo você confere alguns fatos interessantes sobre a vida d’O Chacal:

1 – Filho de um advogado marxista e uma devota cristã

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Pode-se dizer que as raízes de Ramirez eram perfeitamente opostas. Filho de Jose Altagracia Ramirez Navas, um advogado adepto ao marxismo, e Elba Sanchez, uma devota cristã, seu nome de batismo (Ilich) foi uma homenagem a Lenin (Vladimir Ilich Ulyanov). Embora seus irmãos tenham sido nomeados de forma semelhante, apenas ele se tornou um comunista radical.

2 – Primeiras impressões

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Ilich cresceu em um lar desequilibrado e logo na adolescência começou a treinar com grupos de comunistas revolucionários. Aos 18, quando seus pais se divorciaram, foi enviado a Londres com os irmãos. Graças a influência de seu pai, os três foram aceitos na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou.

O venezuelano comunista, no entanto, nao conseguiu se adaptar a vida acadêmica soviética, e foi expulso da universidade após se envolver em protestos organizados por radicais palestinos. Uma vez dentro do grupo radical, foi apelidado como Carlos.

3 – Primeiros trabalhos

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A mando do grupo terrorista, Carlos foi enviado secretamente a Londres, enquanto seus companheiros disseminavam o terror em diferentes partes do mundo – incluindo o ataque aos atletas israelenses.

Quando os responsáveis pelas mortes foram mortos, os líderes do grupo decidiram que Carlos seria o responsável pela vingança. O alvo escolhido era Joseph Sieff, um empresário e membro da comunidade Judaica de Londres. Embora o venezuelano tenha realizado o ataque, a vítima acabou sobrevivendo ao atentado.

4 – Currículo proeminente

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Após o ataque, Carlos acabou fugindo para Paris, onde se fez passar por um estudante estrangeiro. Uma vez lá, conduziu uma série de atentados e assassinatos na cidade, e a polícia francesa sequer tinha conhecimento do envolvimento do venezuelano. 

Quando descobriu que seria questionado pelas autoridades, recebeu a polícia em seu apartamento com sorrisos, bebidas e uma pistola automática. No incidente, seu comparsa libanês Michel Moukharbal e dois oficiais morreram, enquanto um terceiro ficou ferido.

Após este ataque, Carlos fugiu para Londres, onde eventualmente foi descoberto. Embora tenha fugido a tempo, a polícia britânica acabou vasculhando seu escondeirijo, descobrindo uma cópia da obra de Frederick Forsyth, “O Dia do Chacal”. Foi então que o venezuelano ganhou o apelido.

5 – O sequestro dos ministros

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Enquanto participavam de uma reunião em Viena, na Áustria, os ministros de países membros da OPEP foram surpreendidos por seis pessoas armadas. O grupo invadiu o local pela porta da frente e matou três pessoas. 

Todos as pessoas da reunião foram mantidas reféns, incluindo os 11 ministros. Uma das exigências do grupo era que o Governo da Áustria lesse mensagens de apoio aos palestinos e que um avião fosse disponibilizado para a fuga.

Os terroristas embarcaram com os ministros em direção ao norte da África. Eventualmente, e após o pagamento de 50 milhões de dólares, os reféns foram libertados. A partir deste ponto, o Chacal foi listado como uma das pessoas mais procuradas do planeta.

6 – Legado terrorista

Uma vez convertido ao islamismo, em 1994, Carlos foi capturado por agentes franceses dentro do Sudão. Após muitas indas e vindas ao tribunal, finalmente foi condenado a prisão perpétua na França, embora ainda esteja sendo julgado por uma série de outros crimes.

Fonte: Thought Co Fotos: Reprodução / Thought Co

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