Bizarro: verme rosa encontrado nas profundezas do oceano é chamado de “churro” em alusão ao doce

de Bruno Rizzato 0

Um estranho verme rosa encontrado a 3.658 metros de profundidade no mar foi nomeado de “churro” pela semelhança com o doce de origem espanhola. Apesar de bizarro, ele pode ser um dos nossos mais antigos ancestrais.

Ele está entre quatro vermes brilhantes de cor fúcsia (magenta) (Xenoturbella monstrosa; Xenoturbella hollandorum; Xenoturbella profunda e o Xenoturbella churro) encontrados nas proximidades de fontes hidrotermais e sobre a carcaça de uma baleia na costa da Califórnia, nos EUA. Os cientistas usaram submarinos robôs conectados a um navio para coletar as espécies de xenoturbella das profundidades marinhas, ao longo de um período de 12 anos.

A análise genética identificou que as espécies ficam próximas à base da árvore evolutiva da vida, o que significa que são alguns dos nossos primeiros ancestrais. Anteriormente, Xenoturbella era conhecido como uma única espécie encontrada nas águas da Suécia, intrigando os biólogos há quase seis décadas. Mas agora, expedições de equipe de cientistas – do Instituto Scripps de Oceanografia de San Diego, do Museu da Austrália Ocidental e do Instituto Monterey Bay Aquarium Research (Mbari) – identificaram corretamente as criaturas misteriosas em um estudo publicado na revista Nature.

Foto: Scripps Oceanography / Greg Rouse
Foto: Scripps Oceanography / Greg Rouse

Entre as novas espécies, está Xenoturbella churro, de 10 centímetros, descoberta nas águas geladas do Golfo da Califórnia. “Os resultados têm implicações sobre a forma como entendemos a evolução animal”, disse o biólogo marinho Greg Rouse. “Ao inserir a espécie corretamente na árvore da vida, podemos entender melhor a evolução do animal, deslocando a posição evolutiva da primeira espécie, Xenoturbella bocki, encontrada ao largo da costa da Suécia em 1950 e classificada inicialmente como verme, e depois como um molusco simplificado, na década de 1990. Nos últimos anos, Xenoturbella tem sido considerado algo próximo de vertebrados e equinodermos.”

Saber a família da Xenoturbella é importante para compreender a evolução dos sistemas de órgãos, tais como tripas, cérebro e rins, em animais. Em 2003, os cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, afirmaram que a espécie possui o DNA de seres humanos, ou seja, é um parente perdido há muito tempo.

As espécies do gênero Xenoturbella possuem apenas um corpo e uma abertura de boca. Não possuem cérebro, guelras, olhos, rins ou ânus, e agora parecem evolutivamente simples, em vez de terem perdido esses recursos ao longo do tempo. Esta descoberta expande grandemente a diversidade das espécies conhecidas.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail / Sostenibilidad / Phys ]

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