Astrônomos desenvolvem “Índice de Habitabilidade” para orientar busca de vida extraterrestre

de Redação Jornal Ciência 0

A notícia do fluxo de água salgada na superfície de Marte é uma grande descoberta científica que altera substancialmente as perspectivas de encontrar vida alienígena no planeta vermelho. Porém, este fato também nos diz mais sobre as condições da água marciana, um recurso vital e poderoso para a possível habitação do planeta.

Mas, olhando um pouco além do nosso próprio Sistema Solar, o quão habitáveis são exoplanetas em galáxias distantes? Agora, será possível saber, graças a um novo Índice de Habitabilidade, que não só analisa a capacidade de habitação em potencial de planetas que orbitam outras estrelas, como também pode classificá-las em escala planetária, ajudando-nos a saber quais mundos devem ser investigados em primeiro lugar na busca de vida fora da Terra.

Basicamente, nós desenvolvemos uma forma de levar em conta todos os dados observacionais que estão disponíveis e desenvolver um esquema de priorização“, disse Rory Barnes, um professor de astronomia na Universidade de Washington, nos EUA, do Virtual Planetary Laboratory.

A análise convencional da zona habitável de uma estrela analisa se planetas orbitam dentro de uma região do espaço com a pressão atmosférica suficiente para possuir água líquida em sua superfície. Assim, portanto, poderia, potencialmente, suportar a vida.

O novo sistema, no entanto, permite aos pesquisadores aprofundar outros fatores de habitabilidade para tais mundos. “Este passo inovador nos permite ir além do conceito de zona habitável bidimensional para gerar uma estrutura flexível, priorizando e incluindo várias características observáveis ​​e fatores que afetam a habitabilidade do planeta”, disse a coautora, Victoria Meadows.

O índice analisa estimativas de terreno e considera sua capacidade de equilibrar a quantidade de energia do planeta, que é refletida de sua superfície contra a circularidade de sua órbita e a recebida pelo circuito orbital. Segundo os pesquisadores, essas duas transferências de energia neutralizam uma a outra, mas o equilíbrio certo entre elas cria um equilíbrio energético favorável à vida que contribui para condições de habitabilidade.

Os planetas mais habitáveis e, portanto, os melhores candidatos para que os cientistas se concentrem em pesquisas futuras, são aqueles que possuem de 60 a 90% da radiação solar que a Terra recebe do Sol, também analisados pelo novo sistema, que foi divulgado no Astrophysical Journal.

[ Foto: Reprodução / Rory Barnes ]

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