Aquecimento global vai deixar sua cerveja até 600% mais cara. Entenda!

de Merelyn Cerqueira 0

As mudanças climáticas, que já foram ditas poder afetar produtos como chocolate, vinho e até mesmo o molhos para culinária, agora fizeram um novo alvo: a cerveja.

Segundo um estudo publicado recentemente na revista Nature, a produção futura da cevada, principal ingrediente da cerveja, pode cair entre 3% e 17% em todo o mundo até 2099 devido ao calor e clima seco extremo.

Consequentemente, em algumas regiões, os preços da bebida poderão aumentar de 52% a mais de 600%, o que significaria que uma cerveja de R$4 poderia passar a custar entre R$ 6 e R$ 24, segundo informações da Gizmodo.

Os autores do estudo não levaram em consideração os efeitos do aumento gradual de temperatura causado pelas mudanças climáticas, presumindo que, talvez, os produtores de cevada consigam acompanhar tais mudanças.

Assim, em vez disso, a equipe considerou dados históricos coletados entre 1981 e 2010 para estimar ondas de calor e secas globais entre 2010 e 2099.

Após observar quatro modelos climáticos diferentes, a equipe de pesquisadores da China, México, Reino Unido e EUA concluiu que a cevada inevitavelmente se tornará mais uma vítima do aquecimento global em 34 regiões produtoras do mundo, incluindo Brasil, Irlanda e Rússia.

Todos os países deverão sentir o impacto de maneira diferente. A Bélgica e o Japão, por exemplo, que produzem muita cerveja, terão dificuldades em importar o cereal, o que tornará a bebida um artigo de luxo.

A Argentina, por outro lado, pode experimentar um declínio de 32% no consumo, considerando um cenário mais drástico.

É importante ressaltar que o estudo observou apenas regiões em que a cevada é atualmente cultivada, o que significa que, embora os locais onde a planta cresça melhor sejam afetados pelo aquecimento global, ainda há esperança em outras regiões do mundo.

“Mesmo em anos extremos, algumas partes do mundo terão uma produção normal ou acima da média de cevada, então não é em todos os lugares do mundo ou o tempo todo”, explicou Davis, professor associado da Universidade da Califórnia (Irvine), em entrevista ao Earther.

Contudo, o estudo não levou em consideração outros riscos para a cevada além do calor, incluindo pragas e outros desastres naturais, como inundações. Sendo assim, os modelos não são exatamente precisos e outros estudos precisam ser feitos para que possamos ter uma ideia mais certa do futuro da cerveja.

Fonte: Gizmodo Foto: Reprodução / International News

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