Antigo pacote amassado guardado em museu revela segredo de 2.000 anos

de Merelyn Cerqueira 0

É natural que nós, como seres humanos, busquemos maneiras de compreender melhor nossa história, e é por isso que o campo da arqueologia é tão importante. Por meio dele encontramos e documentamos peças do quebra-cabeça de nossa história, para que aprendamos mais sobre o passado.

E isso foi exatamente o que fez a descoberta da Dr.ª Margaret Maitland, que ocorreu enquanto ela classificava uma coleção no Museu Nacional da Escócia, em Edimburgo, o qual é curadora, de acordo com informações da Boredom Therapy.

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Dr.ª Maitland verificava alguns itens recém-chegados ao Museu Nacional da Escócia em Edimburgo quando encontrou um pacote comum embrulhado em uma espécie de tecido pardo. Embora a princípio não tenha ficado impressionada com o achado, o fez quando resolveu abri-lo.

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A curadora do museu escocês descobriu que o pacote tinha um envelope que remontava a Segunda Guerra Mundial, bem como uma nota misteriosa de um ex-curador.

Nela, o homem afirmava que o conteúdo do pacote tinha origem nos tempos egípcios antigos e que haviam sido descobertos dentro de um túmulo no mesmo período. Maitland logo percebeu que estava segurando uma história muito especial, mas que ainda precisa ser mais analisada.

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Sendo assim, chamou um grupo de pesquisadores para analisar o achado. Eles abriram com cuidado o tecido, que poderia ser facilmente danificado. Para fazê-lo, o grupo umidificou o embrulho em um esforço para torná-lo menos frágil. O próximo passo dos curadores era desdobrar o delicado tecido. Tal processo demorou cerca de 24 horas, que foram recompensadas pelo conteúdo.

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“Nenhum de nós poderia ter imaginado a figura notável que nos cumprimentaria quando finalmente conseguimos desenrolá-lo”, disse Dr.ª Maitland em uma entrevista. “O sudário que encontramos é um objeto muito raro e em excelente condição, e foi feito em um estilo artístico altamente incomum, sugestivo da arte egípcia do período romano, mas ainda muito distintivo”.

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O sudário, de aparência ainda intacta e feito de linho, tinha sido pintado à mão e trazia uma representação artística do deus egípcio Osíris. Estima-se que ele tenha sido concluído durante o período romano.

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Após analisar melhor o achado, os pesquisadores descobriram hieróglifos que revelavam a identidade de que foi embrulhado na mortalha. O nome dele era Aaemka, filho de duas autoridades do período romano, nomeadas como Montsuef e Tanuat. A equipe do museu ainda encontrou uma surpresa presa na parte traseira do tecido.

“O que achamos sob a cabeça eram camadas do invólucro da múmia original que, obviamente, desapareceu quando a mortalha foi tirada do corpo”, disse a pesquisadora principal, Lynn McClean.

Contudo, o mais surpreendente, de acordo com Dr.ª Maitland, é que o museu já estava em posse de uma coleção relacionada à Montsuef e Tanuat, que incluía uma máscara dourada e uma grinalda de ouro, um símbolo antigo relacionado à derrota da morte.

“É extraordinariamente raro que tenhamos um grupo tão incrível de objetos pertencentes a toda uma antiga família egípcia em nossas coleções”, disse Maitland.

Fonte: Boredom Therapy Fotos: Reprodução / Boredom Therapy

Jornal Ciência