Alerta: apenas 2 de 16 componentes do protetor solar são seguros, afirma agência reguladora dos EUA

de Otto Valverde 0

A maioria dos produtos químicos utilizados em filtros solares pode ser proibida nos EUA, disse oficialmente a Food and Drug Administration (FDA) – um órgão fiscalizador dos EUA com o mesmo poder da ANVISA, aqui no Brasil.  

Segundo a agência, apenas 2 dos 16 principais componentes são seguros (apenas o óxido de zinco e o dióxido de titânio), enquanto outros (como o PABA e o salicilato de trolamina) foram considerados inseguros.

O FDA agora está solicitando mais informações sobre os 12 componentes restantes para fechar o relatório proibitivo, segundo informações divulgadas no jornal Daily Mail.

As declarações foram feitas como parte de uma proposta destinada a melhorar a segurança e qualidade dos produtos de proteção solar vendidos sem receita médica nos Estados Unidos e estabelecer as condições sob as quais alguns produtos, que encaixam-se na categoria “medicamentos de proteção solar” possam ser vendidos sem marketing aprovados pela agência – já que existe um excesso de afirmações de benefícios transmitidos pela indústria cosmética que, nem sempre, são condizentes com a realidade.

Com base em dados disponíveis, o FDA propôs que dos 16 ingredientes utilizados atualmente na grande média dos protetores solares, apenas o óxido de zinco e o dióxido de titânio são considerados seguros e eficazes.

Em novembro de 2016, a agência emitiu diretrizes detalhando os dados que os fabricantes precisavam produzir para comprovar que os ingredientes utilizados eram eficazes e seguros. No entanto, tais requisitos não foram atualizados.

“Filtros solares de amplo espectro com valores de FPS de pelo menos 15 são críticos para o arsenal de ferramentas que temos para prevenir o câncer de pele e protegê-la dos danos causados ​​pelos raios solares, mas alguns dos requisitos essenciais para essas ferramentas preventivas não foram atualizados em décadas”, disse Scott Gottlieb, comissário da FDA.

Isso significa que podemos estar usando produtos cuja eficácia de proteção é bastante questionada ou falha.

Entre outras medidas, a agência também planeja elevar o fator máximo de proteção solar proposto nas etiquetas de FPS 50+ para FPS 60+.

O FPS é uma medida da proteção que um produto oferece contra a radiação ultravioleta nos raios solares, que é considerada prejudicial. Lembrando que, o FPS é o valor dado para proteger apenas os raios UVB (estes raios causam a vermelhidão na pele).

Os valores de PPD, raramente são apresentados nas embalagens e é justamente este valor que protege contra os temíveis raios UVA – que são os responsáveis por gerarem o câncer, além de envelhecimento.

Pouquíssimas marcas no mercado mostram claramente o valor de PPD, sendo este mais importante que o FPS para quem quer prevenir envelhecimento e câncer.

Faça um teste simples: vá a qualquer farmácia, veja dezenas de marcas de protetores solares e observe quantos produtos você encontrará com o valor de PPD exposto na parte frontal ou traseira da embalagem.

Certamente, de dezenas de filtros solares diferentes, você encontrará o valor em apenas um ou dois. Algumas poucas marcas colocam FP-UVA no lugar de PPD, para melhor entendimento do consumidor.

Segundo o Environmental Working Group (EWG), uma ONG que trabalha em defesa da saúde e do meio ambiente, a proposta é um “grande passo para melhorar uma indústria que é em grande parte desregulamentada”.

“Esperamos que muitas empresas reformulem rapidamente para evitar o uso de ingredientes que a FDA considera inseguros ou para os quais não há dados suficientes para provar a segurança”, disse Scott Faber, do EWG.

Fonte: Daily Mail / Food and Drug Administration Fotos: Reprodução / Daily Mail

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