Mark Langedijk, de 41 anos de idade, preferiu acabar com a sua vida através de uma injeção letal ao invés de continuar vivendo como um alcoólico, em uma nova extensão radical do regime de eutanásia da Holanda.

Segundo seu irmão, Mark decidiu que a morte era a única maneira de escapar de seu vício de beber. Mark definiu a data para a sua própria morte para ser em um momento em que estaria brincando, bebendo cerveja e comendo petiscos. O momento foi interrompido quando os agentes chegaram na casa de seus pais para administrar as injeções.

A morte de Mark marca um novo ponto de partida na prática da eutanásia holandesa, que matou mais de 5.500 pessoas no ano passado. O método introduzido há 16 anos, permite aplicar doses letais apenas para aqueles em sofrimento insuportável. Uma dessas pessoas foi uma mulher de 20 anos que tinha sido vítima de abuso sexual infantil.

Documentos liberados para explicar o funcionamento das leis de eutanásia mostraram que os médicos acreditavam que ela não podia viver com o sofrimento mental de seu transtorno de estresse pós-traumático e outras doenças incuráveis. A história da morte de Mark, produzido por seu irmão Marcel, foi publicado na revista Linda. Ele disse que os três irmãos (Marcel, Mark e Angela) tiveram uma infância tranquila, fácil e feliz na província holandesa oriental de Overijssel.

Marcel disse que a família descobriu há oito anos que Mark tinha problemas com a bebida. “Psicólogos, psiquiatras, médicos e outros profissionais de saúde fizeram o seu melhor para ajudá-lo, mas Mark não poderia explicar a ninguém o que sentia”, explicou.

Depois de oito anos esgotantes e 21 entradas em hospitalares e na reabilitação, acreditávamos em um final feliz”. Marcel conta que seu irmão começava a beber novamente após cada tentativa de reabilitação. Eventualmente, Mark decidiu que nada poderia ser feito e que a melhor solução seria morrer.

A eutanásia era para pessoas com câncer, pessoas que sofrem insuportavelmente, pessoas para quem a morte era iminente. A eutanásia não era certamente para alcoólicos”, lamentou Marcel. Como prova de que sua vida era insuportável, ele manteve um diário, que Marcel apresenta como um “coquetel desesperado de dor, bebida, solidão e tristeza”.

Marcel disse que seu irmão definiu uma data para a sua morte – 14 de julho – e a descreveu como um “bom dia para morrer”.

O artigo de Marcel conta que o médico explicou o procedimento de injeção e disse a seu irmão para deitar na cama e manter a calma. O especialista disse que haveria uma dose de uma solução salina e depois uma droga indutora de sono. Em seguida, a injeção de parar o coração seria aplicada. Marcel conta que ele e os familiares começaram a chorar.

Autoridades britânicas disseram que a morte de Mark é uma evidência do “declive escorregadio”, em que a eutanásia, uma vez legalizada, pode ser transmitida para grupos cada vez mais amplos de pessoas.

Esta notícia é profundamente preocupante e uma nova razão para que o suicídio assistido e a eutanásia não devem nunca ser introduzidos no Reino Unido”, disse Fiona Bruce, membro do Parlamento por Congleton, Cheshire. “Alguém que sofre de necessidades alcóolicas precisa de apoio e tratamento para ficar melhor e se livrar de seu vício. A alternativa não deve ser a eutanásia”.

Mais uma vez a Holanda demonstra que é um lugar perigoso para ter alguma doença física ou mental, estar lutando com os desafios da vida, ou apenas para diferir do que eles podem chamar de normal”, disse Robert Flello, outro político britânico. “A matança autorizada pelo estado de seus cidadãos está fora de controle e é, francamente, assustadora”.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Bitácora Médica ]

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