6 guerras que já ocorreram no mundo que, provavelmente, você nunca ouviu falar

de Merelyn Cerqueira 0

Desde os tempos mais antigos, o homem sempre lutou contra sua própria espécie. Tais lutas, conforme conhecemos por meio de nossos livros de História, ocorreram em diversos períodos de tempo e comumente eram baseadas em questões políticas, econômicas ou sociais.

No entanto, esses motivos eram mais simplórios, envolvendo objetos e circunstâncias incomuns, como por exemplo, um banquinho feito de ouro, um balde e até mesmo pasteis. Na lista abaixo, você confere algumas das guerras mais esquisitas que já aconteceram no mundo:

1 – A guerra anglo-zanzibar, que durou apenas 38 minutos

Conhecida como a guerra mais curta da história, o conflito Anglo-Zanzibar, que ocorreu entre o Reino Unido e Zanzibar, começou no dia 27 de agosto de 1896 e terminou no mesmo dia, apenas 38 minutos depois do primeiro tiro. Ela teve como estopim a morte do sultão pró-britânico Hamad bin Thuwaini, seguida da sucessão do sultão Khalid bin Barghash, que não cumpriu todos os requisitos esperados de um líder.

Os ingleses enviaram-lhe um ultimato, exigindo que se retirasse do trono. Em resposta, Khalid ordenou que seus guardas montassem uma barricada em volta do palácio. Todo o incidente acabou resultando em uma guerra que ceifou a vida de pelo menos 500 soldados do sultão, e feriu apenas um marinheiro britânico.

Somente em 1916 que Khalid, finalmente, foi capturado e levado para o exílio em Santa Helena. Mais tarde, foi autorizado a voltar para sua casa na África Oriental, onde morreu em 1927.

2 – A Guerra do Porco – provocada pelo assassinato de um porco

Em 1859, quando EUA e Grã-Bretanha brigavam por terras, em particular as ilhas de San Juan, próxima a Seattle, um incidente envolvendo um porco serviu como estopim para um conflito sem combate e vítimas (exceto o porco).

Conta-se que, Lyman Cutlar, um fazendeiro americano que havia se mudado para ilha, reivindicou os direitos de viver ali sob o Ato de Reinvindicação de Terra de Doação (Donation Land Claim Act).

Considerando que a terra era sua, em uma determinada ocasião, quando um grande porco apareceu em seu jardim, não hesitou em matá-lo. Ele acreditava que o animal estava possuído pelo militar Charles Griffin, que atuou como general na Guerra Civil Americana.

A ação levou as autoridades britânicas a ameaçar prender Cutlar, o que fez com que os colonos americanos exigissem proteção militar por parte de seu governo, levando a Guerra do Porco. Embora o conflito, que durou 13 anos, não tenha resultado em derramamento de sangue humano, a única ameaça real que criou foi uma oferta extravagante de bebidas alcoólicas.

3 – Guerra do Futebol – porque Copa do Mundo é coisa séria

A Guerra do Futebol durou cinco dias e 100 horas, e resultou na morte de 6.000 pessoas. Ela ocorreu no ano de 1969, entre El Salvador e Honduras, e envolveu pessoas que lutavam por questões de imigração. No entanto, a Copa do Mundo da FIFA que ocorreu no ano seguinte serviu de pretexto para o início de um violento conflito.

Além dos 6.000 mortos, milhares de pessoas ficaram feridas e desabrigadas em resultado dos conflitos que, para todos os efeitos, já estavam ocorrendo antes mesmo de a partida começar. O problema, no entanto, se agravou quando os países se enfrentaram partidas válidas pelas Eliminatórias da Copa.

O jogo, que terminou 3 a 2 para El Salvador, provocou uma enorme tensão, de modo que a Organização dos Estados Americanos (OEA) teve que intervir e retirar as tropas salvadorenhas de Honduras. De fato, El Salvador não chegou muito longe na Copa de 70. Como você deve saber, o Brasil venceu a edição, sob o comando do técnico Zagallo.

4 – A Guerra do Banco de Ouro – porque um banquinho é um banquinho

Era uma vez um banco de ouro que pertencia ao Império Ashanti, um estado pré-colonial da África Ocidental. Acreditava-se que o banco guardava as almas dos vivos e mortos da cultura. Então, em 1896, quando o rei de Ashanti havia sido exilado, o governador britânico Frederick Hodgson resolveu tomar o controle da situação.

Quando entrou na capital Ashanti, proclamando que as terras estavam agora sob o domínio da rainha, afirmou que precisaria do banquinho sagrado feito de ouro. A reivindicação ofendeu os habitantes locais, que em resposta, pegaram suas armas e foram à guerra.

Os britânicos foram quase que completamente aniquilados. Os que sobreviveram, montaram um pequeno forte onde ficaram presos por três meses. Embora os Ashantis tivessem perdido seu campo de batalha, eles de fato venceram a guerra, uma vez que os britânicos nunca chegaram a se sentar no banquinho de ouro.

5 – A Guerra do Balde

A Guerra do Balde foi travada entre Bolonha e Módena, duas comunas localizadas ao norte da Itália. Basicamente, tudo aconteceu quando os soldados de Módena roubaram um balde, embora ambas estivessem vivenciando uma tensão que já durava mais de 300 anos.

Durante uma das lutas, que ocorreu em 1325, um grupo de soldados de Módena decidiu invadir Bolonha e – para piorar as coisas – trouxe de volta um balde como troféu, a fim de ostentá-lo orgulhosamente a seus habitantes. Enfurecidos, os bolonheses convocaram seu exército para atacar Módena e recuperar o balde – não, isso não é uma piada!

A Guerra do Balde durou 12 anos, e foi uma das maiores batalhas da Idade Média. Curiosamente, o balde nunca foi devolvido à Bolonha, já que Módena saiu vitoriosa. De fato, a valiosa posse existe na cidade até os dias de hoje fazendo parte da História.

6 – A Guerra do Pastel – que não necessariamente envolveu um pastel

Durante o ano de 1828, a Cidade do México, capital do México, vivia uma época em que multidões enfurecidas estavam lutando contra um golpe militar. O incidente político acabou afetando o chef francês Remontel, cuja pequena pastelaria foi destruída por saqueadores.

As reclamações de Remontel foram ignoradas pelas autoridades mexicanas, o que fez com que procurasse ajuda do governo francês. Apenas uma década depois, quando o rei Louis-Philippe finalmente resolveu ouvir o chef, foi exigido que o governo do México pagasse um total de 600.000 pesos para compensar as perdas do chef durante as insurreições. O México, por sua vez, riu da exigência, o que resultou na Guerra do Pastel.

Até mesmo o general Santa Anna saiu de aposentadoria para ingressar na guerra, liderando o exército mexicano contra os franceses. Em um dos conflitos ele acabou perdendo uma das pernas. Por fim, o governo britânico acabou ajudando os dois países a chegarem a um acordo de paz, que ocorreu em março de 1839, com o México sendo forçado a pagar os 600 mil pesos ao chef pasteleiro.

Fonte: The Tings Fotos: Reprodução / The Tings

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