10 Fatos bizarros sobre a educação que os meninos espartanos recebiam

de Merelyn Cerqueira 0

O exército espartano sempre foi considerado o mais valente do mundo. Todos os homens da proeminente Esparta (Lacedemônia) eram alistados, bem como temidos em todo o mundo.

Na verdade, eles eram considerados tão fortes que todos os muros da cidade-estado foram removidos, porque acreditavam que os soldados eram suficientes para protegê-la. Foi o único lugar que Alexandre, o Grande, viu e não conseguiu conquistar – ele nunca teve coragem de mandar seus homens marcharem até lá, segundo informações da ListVerse.

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Os meninos, e futuros guerreiros espartanos, passavam por algumas experiências bizarras enquanto cresciam. Para começar, não eram criados pela mãe, e sim pelo estado. Logo, recebiam uma educação completamente diferente.

Confira abaixo 10 fatos bizarros sobre a educação dos pequenos guerreiros.

1 – Metade dos bebês espartanos foram deixados para morrer

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Em Esparta, as crianças consideradas fracas não tinham chances. Se nasciam fracas, doentes ou deformadas, eram deixadas para morrer. Quando um bebê nascia, o pai o levava até os anciãos da cidade, que examinavam a criança a procura de defeitos. Se encontrados, os pais eram obrigados a deixar a criança sozinha e indefesa em um poço chamado “Apothetae”, onde ela desvaneceria até a morte.

Mesmo se a criança passasse na inspeção, ainda não existiam garantias de sobrevivência. Quando o pai voltava para casa, a mãe lavava o bebê com vinho, para verificar se era epiléptico. Se vinho incitasse a crise, os pais iriam pensar se valia a pena ou não criar a criança. Caso o bebê sobrevivesse a tudo isso, a ele era prometido um espaço na terra. Estima-se que cerca da metade de todos os bebês nascidos em Esparta morreram em razão de negligência ou assassinato.

2 – Aos sete anos, os meninos eram levados para viver em tendas militares

As mães dos meninos não conseguiam cuidar deles por muito tempo. Quando completavam sete anos de idade, eram considerados prontos para a educação, conhecida como “agoge”. Assim, eles eram obrigados a deixar os pais para serem cuidados por um professor chamado “warden” (guarda).

A vida na agoge não era fácil. As crianças eram encorajadas a provocar umas às outras e até mesmo a se desafiarem em lutas. Definitivamente, esta não era uma escola onde a paz era ensinada. Se dois alunos brigavam, os professores incitavam-nos a resolver as coisas com violência. Os mestres também carregavam chicotes a todo tempo, se algum menino apresentasse mal comportamento, o objeto era usado na criança. Se um pai descobrisse que o filho tinha apanhado por algum motivo, ainda era obrigado a bater nele novamente. Qualquer ação inferior a essa era considerada “estragar a criança”.

3 – Eles tinham que roubar comida para comer

Na agoge, os meninos só recebiam as necessidades mais básicas. Sapatos eram considerados luxo, e por isso eram treinados descalços. As roupas eram consideradas um ponto fraco, por esse motivo usavam apenas uma fina capa. A comida, por sua vez, era considerada responsável por engordar as pessoas, então só recebiam o necessário para sobreviver.

No entanto, isso não significava que eles não poderiam obter mais. Na verdade, eram incentivados a roubar comida se estivessem com fome, mas com uma única condição: eles não poderiam ser pegos fazendo. Se uma criança fosse flagrada roubando comida, ela era espancada e privada das rações mínimas diárias. No entanto, se fosse bem-sucedida, os guardas a promoveriam dentro do curso.

4 – Com fome, os meninos eram obrigados a lutar sobre o queijo

Os espartanos tinham formas estranhas de passar o tempo. Anualmente, eles organizavam um festival em que uma grande quantidade de queijo era colocada sobre o altar da deusa Artemis. Assim, os meninos eram deixados sem comida para lutar uns contra os outros em uma batalha desesperada para agarrar o máximo de queijo que conseguissem.

Enquanto eles lutavam, homens mais velhos os agrediam com chicotes – algumas das vezes até a morte. Era dever dos meninos manter o rosto firme enquanto apanhavam e sorrir conforme conseguissem agarrar o queijo. O público achava todo o evento hilário e grandes filas de pessoas se formavam para ver o show. Enquanto as pessoas riam, as crianças apanhavam e se agrediam. Quem saísse dali com a maior quantidade de queijo, era homenageado com o título de “Bomonike”.

5 – A comida era horrível

A comida do local não era exatamente a de um restaurante cinco estrelas (ou sequer uma). Certa vez, um italiano que havia se sentado junto a um exército espartano em uma de suas refeições disse a famosa frase: “Agora eu sei por que os espartanos não temem a morte”. Ele se referia ao “caldo negro”, um prato feito a partir do cozimento da carne em uma porção de sangue animal, sal e vinagre. Os pequenos espartanos comiam juntos, compartilhando o mesmo alimento.

O caldo era a única refeição servida, e cada um recebia apenas uma pequena porção. A única forma de conseguir mais comida, era roubando ou caçando. Se alguém abatesse algum animal, era obrigado a dividir com o restante do grupo. No entanto, ele era autorizado a levar uma pequena porção da carne para casa – era a única vez em que eles podiam comer em casa, qualquer outra coisa era proibida.

6 – Se falhassem em testes orais, eram punidos com mordidas

Quando o jantar acabava, um dos professores sentava com os formandos e lhes fazia perguntas. Eram questões do tipo: “Quem era o melhor homem da cidade?”. Esperava-se que eles justificassem suas respostas de modo inteligente. Caso isso não acontecesse, eles eram punidos de uma maneira bem estranha: com uma mordida no dedo. Quando a sessão de perguntas acabava, o professor era analisado. Se os seus superiores sentissem que ele tinha sido muito rigoroso ou gentil, era espancado.

7 – Outras formas de educação eram proibidas

Se você fosse homem e morasse em Esparta, certamente seria obrigado a se tornar um soldado. A educação recebida desde a tenra infância preparava os homens para a luta e bravura. Todo o resto era estritamente proibido: a educação extra era considerada um luxo perigoso. Os estudantes espartanos não eram autorizados a gastar seu tempo livre aprendendo a somar, subtrair ou contemplar os mistérios filosóficos da vida. Eles eram obrigados a obedecer, de modo que os estudos convencionais os tornariam “fracos”.

Se um soldado espartano considerasse uma carreira como advogado ou até mesmo as complexidades do livre arbítrio, seus superiores acreditavam que ele não estava se concentrando o suficiente na luta.

8 – Meninos eram chicoteados publicamente em festivais

Indo além do festival do queijo mencionado anteriormente, os espartanos realizavam um festival anual chamado de “Diamastigosis”, considerado especialmente brutal. Os meninos eram atirados em frente a uma multidão e espancados com chicote até que não aguentassem mais. Apesar de parecer tortura, isso era considerado uma grande honra. Eles se voluntariavam ao evento, com a esperança de provar que poderiam suportar o abuso por mais tempo do que qualquer outra pessoa.

Quando os romanos e outras culturas descobriram esse festival, passaram a ir até Esparta apenas para vê-lo. Com o advento, os espartanos começaram a vender bilhetes aos interessados, para lucrar com a ideia.

9 – Eles assassinavam escravos por esporte

Os espartanos mantinham os palestinos como escravos, chamados “Helots”, e eram absolutamente terríveis com eles. Entre as muitas das atrocidades cometidas, havia um ritual chamado “Cripteia”, destinado a aterrorizar os escravos e a preparar as crianças para futuras batalhas. 

As crianças recebiam armas e alimentos antes de saírem em “missões”, que nada mais eram do que encontrar e assassinar escravos. Durante as noites, elas mantinham tocaia e depois atacavam os Helots que pegavam andando em estradas ou trabalhando em campos. Os escravos eram brutalmente assassinados, e as crianças eram ensinadas na prática os horrores que sofreriam nas guerras.

10 – Os espartanos só ganhariam lápides se tivessem morrido em combate

Se um espartano morresse de velhice, ele não receberia todas as honras: era enterrado em uma cova sem marcação e essencialmente envergonhado por não viver a vida de forma completa. Para receber uma lápide com seu nome e todas as honrarias, ele teria que morrer em combate. Assim, no local em que era enterrado, em uma placa era escrito o seu nome as palavras “em guerra”. As mulheres, que não lutavam nas guerras, também podiam conseguir as lápides, mas apenas se morressem em trabalho de parto. Somente dessa forma, elas poderiam receber as mesmas honrarias de um guerreiro.

Para os espartanos, isso significava que ela tinha morrido lutando uma batalha pessoal: dando vida a novos meninos que se tornariam futuros soldados de Esparta.

[ Listverse ] [ Fotos: Reprodução / Listverse ]

Jornal Ciência